domingo, 21 de setembro de 2014

Religião egípcia

Religião egípcia: ritual sagrado revivia os mortos
Manter viva a lembrança do falecido garantia o direito a uma nova existência no além. Mas antes ele era julgado pelo deus Osíris. Se fosse reprovado...
01/06/2007 00h00
O culto funerário era fundamental dentro das crenças egípcias. A morte era uma etapa que conduzia a uma forma melhor de vida. Isso não significa que eles não curtissem viver. “Gostavam tanto do lugar onde moravam que, para eles, o paraíso era uma reprodução aperfeiçoada do rio Nilo e do Egito, com abundância de frutas e outros alimentos”, diz o egiptólogo Antônio Brancaglion Júnior.
Eles temiam mesmo o que chamavam de segunda morte, a definitiva, que era o esquecimento completo do morto por seus parentes vivos. O destino da segunda vida do sepultado estava nas mãos dos familiares, que deviam renovar periodicamente as bebidas e os alimentos na tumba. O responsável pela tarefa era o filho mais velho.
A maioria preparava em vida a própria sepultura – como as três pirâmides de Gizé. As paredes traziam inscrições e pinturas, principalmente nas tumbas de famílias reinantes ou aristocratas. “Eles acreditavam que os desenhos criariam vida e lhes trariam o sustento na outra existência”, diz Brancaglion.
SEM CÉREBRO
Como iriam viver de novo, precisavam de seus corpos no melhor estado possível. É aí que entram os mumificadores. Eles levavam o corpo para a tenda de purificação e aplicavam uma solução de natrão, um tipo de sal que resseca a pele. O cérebro era removido pelas narinas com um gancho de ferro e as vísceras eram retiradas, com exceção do coração e dos rins. Os órgãos eram depositados nos canopos, vasos decorados com a cabeça dos quatro filhos do deus Hórus, e depois colocados no sarcófago. As cavidades eram preenchidas com resina e substâncias aromáticas. As bandagens eram feitas com linho. O processo todo levava cerca de 70 dias.
JULGAMENTO CRUEL
Dentro do sarcófago ia o Livro dos Mortos, com encantamentos mágicos que deveriam ser recitados pelo defunto. Ele ressuscitaria do outro lado graças a um ritual chamado “abertura da boca”. O sacerdote ou um parente tocava a boca do morto com um instrumento de metal para que ele pudesse dizer as palavras necessárias na hora do julgamento.
Esse julgamento era feito por Osíris e seus 42 assessores. Diante de cada juiz, o defunto declarava não ter cometido determinada infração. Seu coração era então pesado numa balança. “Se pesasse mais que a pluma da justiça de Maat, a deusa da ordem universal, o morto seria engolido por um monstro em forma de crocodilo, leão e hipopótamo e teria, assim, uma morte definitiva”, diz o historiador Ciro Flamarion Cardoso, da Universidade Federal Fluminense. Não existiam livros sagrados; as crenças eram passadas oralmente de pai para filho.
NO INÍCIO ERA O MAR
No começo havia o oceano primordial, de onde surgiu Rá, que expeliu de sua boca Seb (o deus Ar) e Tefnut (Umidade). Deles nasceram Geb (Terra) e Nut (Céu), pais de Osíris, Ísis, Seth e Néfits. Depois deles vieram todas as outras divindades, que somam mais de 2 mil.
Os egípcios começaram a adorar seus deuses antes das dinastias e dos faraós, principalmente sob a forma de animais (leão, chacal, falcão, crocodilo, vaca, carneiro e gato). Com o tempo, as divindades passaram a ser representadas também nas formas humana e híbrida (corpo humano e cabeça de animal).
NUA COM O TOURO
Não havia rituais para casamentos e nascimentos. A população praticava magias, desde a alta sociedade até o proletariado. As mulheres que queriam ter filhos costumavam ficar nuas diante de touros sagrados, tidos como símbolos de fertilidade.

Deuses a granel
Os egípcios cultuavam mais de 2 mil divindades, mas uma de cada vez
Hórus
Deus do céu e da ordem, filho de Osíris e Ísis. Tem como símbolo o falcão, já que a ave é capaz de voar muito alto, em direção ao Sol
Hathor
Filha de Rá, deusa-mãe protetora das mulheres, do céu e das árvores. Representa a música, o perfume, a embriaguez e a fertilidade
Anúbis
Deus-chacal, guardião dos mortos e patrono dos embalsamadores. É o guia dos humanos para o mundo dos mortos
Amon
Senhor do ar e dos ventos e patrono dos navegantes. Representa o sopro que vivifica o universo. Tornou-se o deus principal com a reunificação do Egito
Osíris
Soberano do mundo dos mortos e da ressurreição, é um dos deuses mais populares do Egito antigo. Entende a língua de todos os homens
Deus-sol, identificado por um disco solar na cabeça de falcão. É o Pai, o criador dos homens e da vida na Terra e no céu
Ísis
Deusa da criação e restauradora dos mortos. É esposa fiel de Osíris, guardiã e mágica. Mais tarde, torna-se importante também em Roma
Seth
Deus da desordem, dos desertos, das tempestades e da guerra. Representado por um animal não identificado ou por um homem com cabeça de bicho

Para saber mais
• As Religiões no Egito Antigo – Deuses, Mitos e Rituais Domésticos, Byron E. Shafer (org), Nova Alexandria, 2002
• Deuses, Múmias e Ziggurats – Uma Comparação das Religiões Antigas do Egito e da Mesopotâmia, Ciro Flamarion Cardoso, Edipuc-RS, 1999
• Deuses, Faraós e o Poder, Júlio Gralha, Barroso Produções Editoriais, 2002

Show de decoração
Cada detalhe tinha um significado e tudo seria útil depois que a múmia ressuscitasse
RETRATOS DA VIDA
As famílias mais ricas contratavam artesãos para decorar as paredes da tumba com cenas da vida cotidiana. Os sarcófagos traziam trechos do Livro dos Mortos ou relatos sobre a vida do falecido
SOB MEDIDA
As múmias eram postas em esquifes feitos sob medida. Embalsamar o corpo tinha a função de conservá-lo para que o morto se reconhecesse quando despertasse na outra vida. As vísceras ficavam em vasos. Junto com a múmia, iam os shabits, bonecos talhados em madeira ou pedra que seriam servos do morto no céu. Podiam ter a aparência do falecido



Alemães em Parelheiros

“Geografia Humana dos Bairros de Colônia Paulista e Ilha do Bororé (Distritos de Parelheiros e Grajaú)” in MARTINS, Rodrigo “APA BORORÉ: Subsídios à implantação – Praticando Geografia com a Teoria do Geossistemas” São Paulo: FFLCH-USP, 2003

(...)  5.  AÇÃO ANTROPOGÊNICA – OCUPAÇÃO DAS TERRAS E POPULAÇÃO

 5.1  Os Caminhos

 Poucos são os registros de ocupação efetiva do território antes da implantação da Colônia Alemã na região. Segundo Zenha (1977) não há nenhum registro de aldeamentos indígenas pré-Cabralinos na região localizada entre os afluentes Bororé e Taquataquissetiba (hoje Taquacetuba), do Rio Grande, região também conhecida por Bororé ou Ilha do Bororé como foi chamada após a construção da Represa Billings em 1926, projetada pelo Engenheiro estadunidense Asa White Kenney Billings, para a companhia The São Paulo Trainway, Light and Power Company Ltd.  Segundo Zenha (op. cit.) a região era usada pelos indígenas como passagem entre o litoral e o planalto, traçando uma trilha que no período colonial recebeu o nome de Caminho de Conceição de Itanhaém, ligando as aldeias de Ibirapuera e de Itanhaém, que, com a chegada dos portugueses passaram a denominar-se de Santo Amaro de Ibirapuera (BERARDI, 1981; e TORRES, 1977) e Conceição de Itanhaém, respectivamente, tornando-se vilas coloniais. A primeira teve como último cacique o conhecido índio Cayubí aliado de Tibiriçá – cacique de Piratininga - e dos portugueses.  O traçado do caminho seguia basicamente o divisor de águas entre as bacias hidrográficas dos rios Jurubatuba- Bororé e Guarapiranga-EmbúGuaçú, seguindo pelo interflúvio da bacia do rio Capivari com a do Embú-Guaçú, até encontrar a Escarpa da Serra do Mar, decendo até o Rio Branco, pelas vertentes do rio Mambú, seguindo via fluvial até a vila de Itanhaém como coloca Zenha (1977, p. 27): “No trecho que cortava o território de Santo Amaro a vereda para Itanhaém seguiria pelos atuais bairros do Rio Bonito, Bororé, Varginha, Caucaia [Cocaia, atual Novo Horizonte], Ambura (ou Imbiabura) [atual Embura], até o Alto da Serra, nos campos que ali se espraiam. Esse percurso atravessava a área onde iria localizar-se a Colonia Alemã, sabendo-se que o caminho por Parelheiros não existia, tendo sido aberto no século XIX pela iniciativa de Henrique Schunck [alemão], pai do fundador de Cipó. Atingindo o pé da Serra o viajante fazia a parte final por via fluvial [Rio Branco-Itanhaém]”. Assim, podemos dizer que esse caminho seria atualmente o seguinte trajeto, partindo do Largo da Capela do Socorro: Av. do Rio Bonito (antiga estrada do Rio Bonito), Autódromo de Interlagos, Av. Rubens M. de Borba, Av. Jequirituba, Estrada do Cocaia (ou Caucaia), Av. Paulo G. Reimberg (antiga Estrada da Varginha), Estrada Velha da Colônia, Estrada da Vargem Grande e Estrada da Ponte Alta. Zenha também cita as primeiras sesmarias na região chamada de Caucaia, Ibiambura (Embura) e Taquoataquissetiba, datadas de 1640, doadas a Calixto da Mota, Alvaro Rodrigues do Prado, Damião Simões, Manoel Lourenço e Francisco de Paiva (ZENHA, 1977 p. 23), concedidas por Calixto da Mota, Capitão-Mór da Capitania de São Vicente à época, quando sua capital fora transferida para a vila de Conceição de Itanhaém, afim de aproveitar economicamente o trecho que interligava a nova capital ao planalto (Santo Amaro do Ibirapuera) (ibdem, p. 28). Este caminho fora mencionado em “inúmeros documentos da região, referentes a terrenos nas baixas do Capivari, Monos, Claro e Ambura” (op. cit., p. 23). Também por Benedito Calixto em sua obra Capitanias Paulistas, como um caminho que “de Santo Amaro se dirigia a Itanhaém, conhecido por Caminho do Gado” (CALIXTO, 1924, p. 169 apud. ZENHA, op. cit.).  Outro caminho citado por Zenha, e que também passava pela região do Bororé, seria via fluvial, pelo rio Jurubatuba (ou Grande), partindo da antiga trilha para o mar que ligava São Vicente à São Paulo Piratininga, até Santo Amaro do Ibirapuera.  Uma das evidências de que ocorreram esses caminho foi o achado de uma casa de taipa na antiga estrada de Colônia à Bororé (atual Av. Kayo Okamoto), que foi construída com uma antiga técnica de arquitetura bandeirante que fundamenta-se em camadas de taipa (argila) batidas com um pilão para formar as paredes de sustentação da casa, com ausência de colunas. As paredes apresentam-se de 0,60 m a 1 m de espessura.  Este tipo de construção era típico no cenário colonial paulista,  principalmente nos pousos existentes nas antigas rotas, situados em locais estratégicos para que o viajante pudesse suprir- se de necessidades básicas como banho, alimentação e alojamento. Esta é uma das hipóteses da construção da Casa de Taipa do Colônia (como foi denominada pelos técnicos da SVMA) – foto 7 -, pois poderia ser um pouso no Caminho de Conceição de Itanhaém, ou na ligação desse Caminho com o trajeto fluvial citado por Zenha (1977), que consistia na utilização do rio Jurubatuba para interligar as vilas de Pinheiros e Santo Amaro de Ibirapuera ao caminho que levava à São Vicente. Outra hipótese possível é a de que esta casa servia de sede de fazenda para algum proprietário de terras existente no local antes da chegada dos colonos, pois Zenha (1950) coloca “Joaquim Machado, proprietário de terras próximas à colônia, soltava seus gados para pastar em terras dos Colonos”.
No entanto, a hipótese mais provável é que a construção dessa casa se deu no final do século XIX, por uma família descendente de colonos alemães (os Reimberg). Cujo apelido do chefe da família – seu Periquito – também denominou a casa e a estrada que passava em sua frente, a antiga Estrada do Curucutu (atual Av. Kayo Okamoto).  Atualmente esta casa encontra-se em processo de tombamento pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria da Cultura do município.
 5.2  A Colônia Alemã
 Apesar de servir de passagem entre o litoral e o planalto, a vasta região situada entre o ribeirão Cocaia e a Escarpa da Serra do Mar, poderia possuir alguns poucos caboclos e indígenas espalhados pelo território, mas somente será ocupada efetivamente com a implantação da Colônia Alemã entre os ribeirões Taquacetuba e Vermelho, numa feição geomorfológica denominada de Cratera da Colônia, um astroblema formado pelo choque de um meteoro a cerca de 35 milhões de anos (BELLENZANI, 2000) que distava seis dias de burro/mula a partir de Santo Amaro (GARANHUNS, 1977).   Esta foi a primeira experiência de implantação de uma colônia no Império brasileiro (RIBEIRO, 1997). É imposta pelo governo imperial à província de São Paulo, onde, através de um aviso redigido pelo Visconde de São Leopoldo, coloca que “na distribuição das terras se escolha as mais salubres” e que se localize “em logar que constituísse um centro de aproximação entre diversas localidades (num ponto deserto e perdido, para unir, populações separadas)” (Visconde de São Leopoldo, 1827, apud. ZENHA, 1950, p. 49). Os Colonos tinham sido recrutados pelo Major Jorge Antonio von Schaffer, fruto de uma nova política brasileira encabeçada pelo ministro do reino, José Bonifácio (RIBEIRO, op. cit.; e JOFFILY, 1998), em conjunto com o Imperador Pedro I, e a Imperatriz Amélia de Leuchtenberg (Leopoldina), austríaca. O primeiro que defendia a idéia de substituição do trabalho escravo por assalariado e o surgimento de uma classe média brasileira, além da implantação de novas técnicas agrícolas; e o casal imperial que aspiravam soldados mercenários para combater nas fronteiras com os domínios espanhóis (RIBEIRO, 1997).   Segundo Ribeiro (op. cit.), escolhem os alemães como colonos, devido a afinidade com a família da imperatriz e pelo fato de a Alemanha não ser um país unificado e, ainda, não possuir colônias ultramarinas, afastando a possibilidade de uma reivindicação de autonomia dos germânicos em território brasílico. O aviso enviado pelo Visconde aos paulistas sugere Franca e Tatuí para receber a colônia, a província pensa em Juquitiba, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica, Mboy (Embú), Itapeva e Paraná, escolhe Itapecerica da Serra, na região denominada de Quilombo. Os alemães não aceitam, alegam que as terras eram ingratas, estéreis e de difícil acesso, e reivindicam o previsto no contrato de colonização assinado na Alemanha. São mandados a ocuparem as terras de Mboy (Embú) e Carapicuíba, pertencentes à Companhia de Jesus, também recusadas pelos colonos devido a incapacidade de assentamento, pois serviam de moradia a índios e posseiros (RIBEIRO, 1997; e ZENHA, 1950). Justiniano de Melo Franco, médico paulista que falava alemão e, portanto, nomeado pela província para dirigir a colônia, parte para Santo Amaro a procura de terras devolutas, encontra quatro léguas ao sul, um lugar bem regado entre o Ribeirão Vermelho e a Serra do Mar, algumas ocupadas por Joaquim Machado, onde havia uma picada à Itanhaém, com matos assentados e de boas madeiras. As terras limitavam “com as de propriedade do juiz de paz da paróquia (Joaquim Manoel de Moraes)” (ZENHA, op. cit.). O presidente da província ordena ao diretor da colônia que levem os estrangeiros ao local escolhido para apreciação. O diretor da colônia logra aos colônos que assinem o contrato de aceitação do sertão de Itaquaquecetuba (ZENHA, 1950; e RIBEIRO, op. cit.).   Para a província era condizente o local escolhido pelo diretor, pois se situava a sete léguas da capital – os paulistas temiam um contato mais próximo com o estrangeiro – e encontrava-se num ponto entre as vilas de Santos e São Vicente, por onde se podia rumar por via fluvial, pelos rios Taquacetuba e Grande; Itanhaém (Conceição), ligado por “uma picada (...) por onde consta já ter seguido gado”; e São Paulo e Santo Amaro, pelo mesmo caminho, no sentido oposto. Segundo o jornal A Gazeta de Santo Amaro (SANTO AMARO, 1975) a escolha da colônia no sertão de Itaquaquecetuba levou alguns colonos a abandonarem o acordado com o governo imperial, decidindo abdicar do direito à subsídios, ferramentas, e terra, previstos no contrato assinado na Europa, alegando haver “muito brejo, terreno inundado e estéril”. Migraram para Sorocaba, Tatuí e Penha de França. Porém, alguns ficaram, e sob a liderança dos agrimensores alemães Henrique Dröge, inicialmente, e Teófilo Schmidt - este que viera do Rio de Janeiro a pedido da província para substituir o primeiro - que foi o principal “agitador” da colônia, como fora taxado pelo Dr. Justiniano . Ribeiro (1977, p. 147) nos coloca que “quando as coisas encaminhavam para uma solução, T. Schimidt afirma que as escolhidas não prestavam e que nacionais cultivavam terras dos colonos”. Também elucida que “Schimidt chamou a atenção para o fato de que determinadas pessoas ricas e poderosas foram propositadamente favorecidas pela escolha do terreno”, pois grande parte das terras não era devoluta e foram indenizadas pelo governo provincial, com os fundos destinados aos colonos, à Joaquim Machado e à Joaquim Manoel de Moraes - juiz de paz de Santo Amaro –que haviam comprado parte das terras pouco antes da implantação da colônia (ZENHA, 1950). Mesmo após diversas tentativas dos alemães em fazer cumprir o que estava previsto, pois o diretor e a província não permitiam que procuradores dos colonos chegassem ao Imperador, alguns decidem se assentar no local. Porém com pouco sucesso, dos 229 indivíduos (62 famílias) contraentes das terras do Sertão de Itaquaquecetuba, em dez anos (1839) somente 157 estavam espalhados por Santo Amaro, em terras fora da Colônia, e em 1847, apenas nove famílias, chegando ao número de quatro famílias três anos depois. Levando Zenha (1950) a dizer que “assim foi a decadência de empreendimento que custou tanto dinheiro e tanto sacrifício. O lugar  que deveria transformar-se numa cidade, definhou em tapera com três ou quatro ranchos pobres ao redor de um cemitério”, este conseguido a duras custas, pois grande parte dos imigrantes eram protestantes e não podiam ser enterrados em cemitério católico, tampouco na igreja.

9. Primeiro cemitério protestante do Brasil.  Colônia Paulista. Construído em 1840

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5.3  Os imigrantes

A partir dos alemães, Santo Amaro passa a ser considerado o “celeiro da capital”, sendo o único município da província a produzir batatas, além de fornecer arroz, feijão, milho e mandioca à São Paulo. Também comercializavam no Mercado de São Paulo gado, aves, mucuta (canela e lenha), madeira e carvão. Eles fundaram vilas (Cipó e Parelheiros) abriram estradas, como a antiga estrada de Parelheiros (atual Av. Sen. Teotônio Vilela e Av. Sadamu Inoue), que liga o Rio Bonito ao município de Embú-Guaçú, e que possibilitou a ocupação do vasto sertão que a cercava, regado por inúmeros cursos d’água e povoado pela imensa Mata Atlântica. Porém, Zenha coloca que devido ao descaso do poder público paulista para com a cultura da Colônia Alemã, pois mais da metade era protestante e não possuíam pastor, eram obrigados a freqüentar a igreja católica de Santo Amaro, fatos que os levaram a reivindicação de um cemitério e de uma igreja. O primeiro foi construído somente em 1840 (foto 9), juntamente com uma capela; a igreja somente foi substituir a capela em 1910, quando já havia a igreja de Parelheiros, desde 1898 (GARANHUNS, 1995). Garanhuns coloca que na região de Parelheiros já havia alguns caboclos antes da vinda dos alemães, e o lugar que recebeu este nome devido à ocorrência de diversas corridas de cavalo (parelhas) entre germânicos e brasílicos, era conhecido como Santa Cruz, devido a existência de uma Cruz no local. Um devoto, chamado Amaro Pontes, cedeu terra para a construção da capela após sua volta da Guerra do Paraguai (1864-1870), como pagamento de promessa.   Ainda no século XIX, os alemães povoam as regiões de Gramado, Cipó, Casa Grande e Bororé. Alguns, devido à conhecimentos de ofícios aprendidos na Europa (cirurgiões, sapateiros, ferreiros, etc.), se destacam e vão morar na vila de Santo Amaro ou na capital. Os “colonos que permaneciam nos centros mais povoados conseguem educar seus filhos, fazendo-os aprender a ler e escrever a língua do país. Os da Colônia, entretanto, se viram completamente desprovidos de qualquer auxílio para a educação das crianças (...). As famílias mais cuidadosas procuravam contratar professores” (ZENHA, 1950).  Catarina Klein Schunck, que se instalou no atual bairro de São José, com largos tratos de terra e até escravos, manteve um curso de primeiras letras” (ZENHA, 1950, p. 54). Isto evidencia que os alemães acabaram por aderirem a divisão social em que o Brasil imperial passava – o escravismo – relatos de alguns moradores tradicionais da região colocam que haviam negros que trabalhavam para os alemães como escravos, o que levou a alguns alemães a se misturarem com os negros, como é o caso de José Guilger Helfstein, agricultor, nascido na região do Bororé, descendente de alemães, e casado com uma senhora negra, dona Maria da Silva Helfstein.  Porém a perda cultural foi inevitável, olvidaram práticas agrícolas relativamente adiantadas como o uso do arado, o sistema de alqueire, etc. “Esparramados por uma vasta zona, sitiados por famílias brasileiras, em pouco tempo nêles se processava a perda dos caracteres trazidos” (ZENHA, op. cit., p. 56).  Mesmo assim, a região apresentou um espírito mais empreendedor, pois os alemães estavam prontos a aderirem ao progresso, e foram os primeiros a proverem-se de luz elétrica, primeiros motoristas de Santo Amaro, abertura de estradas, como a de Parelheiros aberta por Henrique Schunck em meados do século XIX.  A presença primitiva de alemães na região de Santo Amaro, levou outros imigrantes que chegariam ao Brasil no final do século XIX e início do XX, a escolherem esse sítio como morada. Os portugueses montavam granjas de aves e gado; espanhóis (Catalunha) comercializavam roupas femininas; árabes, turcos e judeus, tecidos; russos, húngaros e ingleses eram operários, comerciários e bancários; estadunidenses e alemães para os altos cargos de chefia nas indústrias; japoneses (principalmente depois de 1945) eram agricultores de hortifrutigranjeiros (cinturão verde) onde seus filhos se tornariam profissionais liberais (médicos, dentistas, farmacêuticos, etc.); além dos italianos que marcaram profundamente a cultura paulistana.  Na Revolução Constitucionalista, foi escalado um destacamento santamarense, e segundo um antigo casal de moradores da região do Bororé, José Antônio Domingues, nascido em 1916 e Amália Guilger Domingues, de 1921,

 
5.4  O ‘progresso’ e a represa Billings

 A região do Bororé localiza-se em território do antigo município de Santo Amaro, anexado à capital paulistana pelo interventor federal no Estado Armando de Salles Oliveira em 25 de fevereiro de 1935 pelo decreto estadual  6.983 (BERARDI, 1981), rebaixando-a a subprefeitura do município de São Paulo, com o administrador nomeado pelo prefeito da Capital.  “E, assim, Santo Amaro, que durante séculos cuidara de si sem tutelas, passou a integrar à Capital. (...) Incluindo à Capital, uma zona rural vastíssima, com imensa reserva florestal: rios piscosos, caça abundante, veados de campo e de cerrado, onças, lontras e ariranhas, macacos, etc.(...) E, no mesmo ano, em 26 de outubro, se fundava o Centro Autonomista de Santo Amaro [realizando diversas campanhas, alegando] (...) que a extinção de um município é sempre motivada pela sua decadência, o que não se justificava no caso de Santo Amaro, em franco progresso” (BERARDI, op. cit., p. 107).  O progresso citado por Berardi se deu, grande parte, em virtude dos projetos de desenvolvimento da futura metrópole de São Paulo, que levou a empresa canadense The São Paulo Trainway, Light and Power Company Ltd. a construir uma represa no rio Guarapiranga em 1907, para controlar a vazão do rio Tietê e, consequentemente, a produção de energia gerada pela Usina Edgar de Souza localizada no mesmo.  A represa de Guarapiranga, como foi chamada, além de sua original função, serviu de lazer aos paulistanos, que construíram chácaras de recreio, clubes (de campo, náuticos, de golfe, etc.), sendo chamada de “Primeiro Passeio do Paulistano no início do século XX”, por Berardi.  Este progresso também condisse para que essa empresa canadense construísse uma linha de bonde em 1900 ligando a capital à Santo Amaro, substituindo a antiga estrada de ferro da companhia de Trens e Carris de Ferro São Paulo–Santo Amaro, construída pelo Engenheiro Alberto Khulman, em 1886, e que foi servida pelo casal imperial brasileiro quando de vossa visita ao município de Santo Amaro no mesmo ano (TORRES, 1977). Os lucros da ferrovia vinham do transporte de madeiras, carvão e gêneros alimentícios, pois Santo Amaro era o principal fornecedor destes produtos à Capital. A linha de bonde, que fez surgir diversos bairros em seu entorno como V. Clementino, Indianópolis, Campo Belo, V. Cordeiro, Jardim Petrópolis, Moema, Brooklin Paulista e Alto da Boa Vista, foi expandida até o bairro do Socorro, após a construção da represa de Guarapiranga, e foi o último bonde a ser desativado no município de São Paulo, tendo sua viagem final em 1968 (BARARDI, op. cit.).  Outra obra relevante construída pela “Light” na região do antigo município de Santo Amaro foi o audacioso “Projeto da Serra do Mar”, que revolucionou a engenharia da época, levando seu idealizador e executor, o Engenheiro estadounidense Asa White Kenney Billings, funcionário da empresa canadense, a receber o maior prêmio internacional na categoria de seu tempo (MORAES, 1994).   Este engenheiro “planejou represar os rios Jurubatuba e Bororé, afluentes do Pinheiros, formando um outro lago: essas águas seriam lançadas a 740 metros de altura sobre turbinas da Usina de Cubatão [Henry Borden, prevista no projeto], que iria suprir São Paulo da energia que faltava. A estas águas se acrescentaram as do reservatório do Guarapiranga, e as do próprio Rio Pinheiros, impulsionadas em sentido inverso [através das usinas elevatórias de Traição e de Pedreira] por uma canal, [retilinização do rio Pinheiros]” (BERARDI, 1981, p. 100).  As obras do projeto foram iniciadas em 1926, e surgiu em virtude do: crescente aumento do consumo de energia elétrica em São Paulo cerca de 25% de 1913 a 1923; da grande seca ocorrida na região da capital paulista em 1924; e a crise elétrica de 1925, onde 70% da energia elétrica de São Paulo fora cortada; além das constantes inundações de verão que os rios Tietê e Pinheiros apresentavam e que impossibilitavam o crescimento da cidade na direção de suas várzeas (MORAES, 1994).  Algumas críticas houve à época, como a do Engenheiro Saturnino R. de Brito em 1926, citadas por Andrade, 1991 (apud. MORAES, op. cit.), entre elas estavam: • Prejuízo à navegação existente [à época] no Tietê; • Prejuízo à autodepuração dos esgotos nos rios principais [como exemplo vemos que em 1993 o rio Pinheiros, que no início do século XX era um rio pouco poluído, devido, inclusive, a presença de poucas indústrias e população rural, passou a ser mais poluído que o Tietê no final do século. Segundo relatório da qualidade da água emitido pela CETESB, enquanto o Pinheiros (amostra retirada a jusante da Elevatória de Pedreira) apresentou 63% do período em péssimas condições, e 37 % em ruim, o rio Tietê, na altura da ponte dos remédios, apresentou apenas 27% do tempo em condições péssimas e 68% em ruins, chegando até a apresentar, em 5% do período (ano de 1993), em condições aceitáveis (CETESB, 1994, p. 34)]; e • Baixa capacidade de bombear enchentes.  Porém a empresa empreendedora argumentava além do já exposto aqui que a represa traria progresso tanto à região como a cidade de São Paulo,



 Assim, diversas são as modificações no espaço que possibilitaram o avanço urbano-industrial à região de Santo Amaro. A construção da Auto-Estrada (atual Avenida) Washington Luíz em 1928, interligando à capital às áreas das represas, faz surgir residências de alto padrão ao longo da ‘Estrada de Rodagem’, pois era própria para o tráfego de automóveis, símbolo do progresso e da modernidade. Aparecem balneários nas margens das represas. E é construído o Aeroporto de Congonhas: “Época de Ouro à Santo Amaro” como Berardi (1981) a adjetiva, dizendo que “Santo Amaro estava vendo chegar o progresso” (BERARDI, 1981, p. 101). Outras obras como o Autódromo de Interlagos e o bairro jardim de mesmo nome, vieram logo em seguida, em 1930 (PONCIANO, 2001).  
5.5  A industrialização e o crescimento urbano
O decreto estadual que anexou o município de Santo Amaro à Capital do Estado considerava que o motivo pelo qual se deu tal decisão fora em virtude do plano urbanístico da Capital que planejava construir um de seus mais atraentes lugares de recreio, com criação de hotéis, estabelecimentos balneários, cassinos, melhoria dos meios de comunicação. Além do projeto de industrialização da região, aproveitando tanto as facilidades de comunicação (marginais e ferrovias previstas na construção do canal do rio Pinheiros), como a geração de energia elétrica e abundância d’água; tanto que levou o industrial Francisco Matarazzo a montar um loteamento industrial no bairro de Jurubatuba. O plano urbano de crescimento da capital via em Santo Amaro uma ótima possibilidade de abrigar indústrias (linha férrea, represas, energia elétrica e água) e residências operárias, além de bairros de alta classe, fato também presente na Zona Leste, porém com menores atrativos. Santo Amaro também apresentava uma geomorfologia que possibilitava um fácil crescimento urbano (excluindo as áreas de mananciais), pois “favorecido pelo terreno tabular, o traçado das novas ruas era uniforme, entremeado de praças, com quarteirões retangulares” (BERARDI, 1981, p. 114), além do que o “vale do rio Pinheiros divide, no sul de Santo Amaro uma grande zona rural (...) que está na direção das Escarpas da Serra do Mar, e poderá servir no futuro como elemento de ligação entre São Paulo e o litoral. [Em 1969] falava-se (...) na abertura de um caminho para o litoral, ligando Mário Alves (Cipó) a Itanhaém” (op. cit.).  Imigrantes do leste-europeu viriam para trabalhar como operários nas fábricas que surgiam. Estadunidenses e alemães ocupariam altos cargos de chefia nas multinacionais.  Em 1957 é concluído o ramal ferroviário da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, então FEPASA, que interligava a linha Júlio Prestes-Mairinque com a Santos-Mairinque, a partir da estação Osasco da primeira com a Evangelista de Souza da segunda, passando pelo canal do rio Pinheiros, Interlagos, Grajaú, Itaim, Colônia Paulista e Barragem (Krucutu), ou seja, cortando todo o sertão santamarense ao meio. Este ramal, além do transporte de cargas, passa a circular duas linhas de passageiros, uma partindo de Osasco a Jurubatuba, que é expandida até Evangelista de Souza no período da década de 1970, sendo extinta na mesma década, e depois retomada a expansão, porém agora até a região de Casa Grande (estação Varginha), que é desativada em 2000. E outra partindo da Barra Funda até Santos, que circula nas décadas de 1970 e 1980.  “A intensificação da industrialização aumentou a necessidade de mão-de-obra que foi atendida pela aceleração de fluxos migratórios. O aumento populacional pressionou a demanda por maior oferta de habitação (...) [e] no processo de industrialização de São Paulo, o problema de moradia da população trabalhadora até 1930 era equacionada pelas próprias empresas, que construíram as ‘vilas operárias’ próximas às unidades de produção, alugando-as ou as vendendo aos trabalhadores. Os custos de terrenos e de construção eram baixos, tornando compensatória essa solução do problema. Entretanto, com o aumento da industrialização e conseqüente aumento do número de trabalhadores, essa tendência de solução do problema de habitação foi abandonada, transferindo-se para o Estado a responsabilidade em oferecer serviços básicos, como habitação e transporte” (MIRANDA, 2002, p. 24).  Miranda ainda coloca que “o poder público só mais tarde vai se munir de instrumentos legais para responder às novas necessidades, deixando que os interesses da especulação imobiliária determinassem a localização de moradia da população trabalhadora, acentuando-se, no delineamento do traçado urbano, o desordenamento no uso do solo”. Colocando o poder público a serviço dos especuladores imobiliários, pois após a criação dos loteamentos, regulares ou não, o Estado se via obrigado a prover o bairro de infra-estrutura básica urbana, prevista em constituição: água, luz e transporte. A inexistência de grandes espaços em áreas urbanas acabou por tomar os terrenos dos caipiras alemães, de solo esgotado por roças rudimentares. Lotear suas propriedades foi a saída vista pelos proprietários de terra, pois “o aumento de impostos territoriais veio encarecer as grandes propriedades. A solução foi dividir as chácaras e sítios em loteamentos, dando lugar ao aparecimento de ‘vilas’, ‘jardins’, ‘parques’ e etc.” (BERARDI, 1981, p. 114). Fernando Henrique Cardoso coloca que “a especulação imobiliária (...) adotou um método próprio para parcelar a terra da cidade. Tal método consistia no seguinte: o novo loteamento nunca era feito em continuidade imediata ao anterior, já provido de serviços públicos. Ao contrário, entre o novo loteamento e o último já equipado, deixava-se uma área de terra vazia, sem lotear. Completado o novo loteamento, a linha de ônibus passava pela área não loteada, trazendo-lhe mediata valorização. O mesmo ocorreria com os demais serviços públicos (...). Dessa forma, transferia-se para o valor da terra, modo direto e geralmente antecipado, a benfeitoria pública. Ainda hoje, sempre que se chegue a um centro secundário da cidade – de Santo Amaro à Penha, indistintamente – e se continue em direção à periferia, o processo é visível: antes de cada loteamento alcançado, existe uma área vazia” (CARDOSO, F. H., 1973 apud. MIRANDA, 2002, p. 26).  “Em busca de alojamento barato, uma população bastante numerosa escolheu Santo Amaro para residir. A possibilidade de encontrar aluguéis mais baixos ou até mesmo casa própria, com algum sacrifício, surgia com os numerosíssimos loteamentos” (BERARDI, 1981)  Assim, o aspecto tipicamente rural e caipira tanto da vila de Santo Amaro como de seu sertão vai dando lugar para o crescimento da grande mancha urbana metropolitana paulista.

5.6  Os migrantes    “Como centro dinâmico do país e capital de Estado que concentrava 35,6% da Renda Interna do Brasil em 1969, São Paulo encontrava à frente de um processo de industrialização acelerada, transformando-se num vasto conglomerado populacional de aproximadamente 11 milhões de habitantes, dos quais 96% vivendo em área urbana (projeção feita para 1975)” (MIRANDA, 2002, p. 23). Como vimos o desenvolvimento industrial da região de Santo Amaro, principalmente a partir da década de 1960, necessitou de uma grande massa de operários para movimentar suas máquinas, assim, muitos migrantes advindos, majoritariamente, do nordeste brasileiro e norte de Minas Gerais, começaram a povoar a região.  “Surgem e expandem-se os bairros ‘periféricos’ que, juntamente com cortiços e favelas alojam a população trabalhadora, concentrando a pobreza da cidade e de seus habitantes” (op. cit., p. 24).  Eles ocuparam inicialmente, na Zona Sul, as regiões de Cidade Adhemar, Campo Limpo e Jardim São Luiz, preocupando o movimento ambientalista e o poder público da época, este que publicou a Lei estadual n.º 1.172/76, de Proteção aos Mananciais da Região Metropolitana de São Paulo (SÃO PAULO, 1976), com o intuito de proteger a região das represas pois a Guarapiranga já estava sendo utilizada para fins de abastecimento, e uma ocupação de suas cabeceiras poderia comprometer a qualidade e a recarga da mesma, pois uma incipiente ocupação já era presenciada. Esta foi a primeira vez na legislação brasileira que controlava os “recursos hídricos utilizando o controle de uso e ocupação do solo” (MIRANDA, 2002, p. 27).  Assim, as regiões do Jardim Ângela, Pedreira, Grajaú e Parelheiros ficaram sob proteção dessa legislação. Porém, devido a ineficiência dos órgãos fiscalizadores do próprio Estado, não tiveram muito efeito, pelo contrário, as terras eram desvalorizadas no mercado imobiliário, facilitando o jogo dos especuladores, que compravam a terra a preços reduzidos e abriam loteamentos ‘clandestinos’, pois não estavam sob as normas da “Lei dos Mananciais” e que eram vendidos a preços populares aos trabalhadores de baixa renda.  Segundo Sócrates et alli. (apud. MIRANDA, 2002, p. 27) “a política dos governadores com relação à questão do meio ambiente e particularmente dos mananciais é oscilante, ora correspondendo às expectativas dos preservacionistas ora inclinando-se a interesses de grupos definidos como das grandes construtoras e dos especuladores imobiliários”.  “A desvalorização crescente do valor da terra, a baixa renda dos trabalhadores, a necessidade de se fixar próximo às áreas de concentração de empregos e as dificuldades, e mesmo omissão, quanto às políticas de fiscalização com certa conivência, por parte dos órgãos públicos, tiveram como efeito a expansão trágica (...) dos loteamentos clandestinos e de favelas, localizadas, em grande parte, nas áreas de mananciais” (MIRANDA, op. cit., p. 29).  Para Raquel Rolnik (apud. PAIVA, 2000) aquilo que num primeiro olhar avaliamos como desordem urbana ao presenciarmos o processo intenso de favelização, carências em infra-estrutura e equipamentos, etc. tem origem, na realidade, numa ordem urbanística, cujo cerne reside num pacto territorial da cidade.  Presenciamos, portanto, um processo de produção política da sociedade, que segundo José de Souza Martins “incorpora a reprodução das relações sociais engendradas pelo padrão de desenvolvimento capitalista na medida em que é conduzido por políticas públicas. A cidade passa a realizar-se cada vez mais pelo valor-de-troca, tornando-se produto. Criam-se tensões e contradições neste processo, na medida em que ela também é valor-de-uso e portanto, obra” (MARTINS, J. S. apud. PAIVA, 2000 p. 28).  Apesar de grande parte das ocupações serem desordenadas temos alguns exemplos de bairros ordenados e que pouco agridem a paisagem e o meio ambiente, um deles é o Shangri-lá, situado no final da Av. Dona Belmira Marin, junto à primeira balsa, que possui áreas verdes e praças protegendo cabeceiras de drenagem e várzeas, suas ruas não são asfaltadas, porem cascalhadas, e os lotes não são totalmente impermeabilizados. Outro exemplo, porém que não se encontra na região estudada, é o Jardim Pinheiros, no Município de São Bernardo do Campo, situado próximo à represa Billings, este bairro iniciou-se indevidamente após a publicação das Leis de Mananciais porém, após a conscientização dos moradores, passou a promover um paisagismo mais ecológico, inclusive no calçamento de ruas e passeios, tal qual no tratamento de seus efluentes líquidos e direcionamento adequado dos resíduos sólidos (coleta seletiva, etc.). Estes São alguns exemplos de ‘Bairros Ecológicos’ que podem ser utilizados como base para o paisagismo de outros com uso das terras e ocupações desordenadas. (...)
BIBLIOGRAFIA
ADASHI, P. P. Proposta de um Paisagismo Ambiental para o Condomínio Vargem Grande localizado no Astroblema da Cratera de Colônia. Trabalho de Graduação Individual – FAU-USP. São Paulo, 2003. BELLENZANI, M. L. R. A APA Municipal do Capivari-Monos como estratégia de proteção aos mananciais da Região Metropolitana de São Paulo. Mestrado - PROCAM-USP. São Paulo, 2000.
BERARDI, M. H. P. Santo Amaro. 2.ª ed. In História dos bairros de São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1981. BRASIL. Subsídios à elaboração da Agenda 21 brasileira: Cidades Sustentáveis. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2000. __________. Agenda 21 brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2002. CAPOBIANCO, J. P. R. Diagnóstico sócioambiental participativo preliminar da Bacia do Guarapiranga. São Paulo: Instituto Sócioambiental, 1998. CAPOBIANCO, J. P. R. & WHATELY, M.  Billings 2000: Ameaças e perspectives para o maior reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2000. CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Relatório de qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo – 1993. São Paulo: CETESB, 1994. GARANHUNS, V.  Capela do Socorro, a história que o povo conta. Itapecerica da Serra: Publicação independente, 1995. JOFFILY, B. Isto é: Brasil quinhentos anos. Atlas Histórico. São Paulo: Três,  1998. MIRANDA, M. E. Meio ambiente e habitação popular: O caso do Cantinho do Céu. Doutorado - Departamento de Geografia, FFLCH-USP. São Paulo, 2002. MORAES, P. R. A península do Riacho Grande: Uma abordagem geográfica na análise ambienta. Mestrado - Departamento de Geografia, FFLCH-USP. São Paulo, 1994. PAIVA, O. C. Caminhos Cruzados: A migração para São Paulo e os dilemas da construção do Brasil moderno nos anos 1930 a 1950. Doutorado - Departamento de História, FFLCH-USP. São Paulo, 2000. PETRONE, P. Aldeiamentos Paulistas. São Paulo: EDUSP, 1995. PONCIANO, L. Bairros Paulistanos de A a Z. 2.ª edição. São Paulo: SENAC, 2001. RIBEIRO, E. M. A política de imigração no 1.º reinado: os núcleos coloniais de Itapecerica e Santo Amaro. Mestrado - Departamento de História, FFLCH-USP. São Paulo, 1997. SANTO AMARO, A Gazeta de. Comemoração ao sesquicentenário da colônia alemã de Santo Amaro. Santo Amaro, 1975. SANTOS, M. Manual de Geografia Urbana. São Paulo: HUCITEC, 1989. SÃO PAULO (Estado). Lei Estadual n.º 1.172/76. São Paulo, 1976. SÃO PAULO (município). Atlas Ambiental do Município de São Paulo. São Paulo: SVMA - SEMPLA, 2002. __________. Minuta do Projeto de Lei do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo 2002. São Paulo, 2002. __________. Proposta de ecoturismo para a região de Evangelista de Souza na APA Capivari-Monos. São Paulo: SVMA, 2001. TORRES, M. C. T. M. Ibirapuera. In História dos bairros de São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura, 1977 UNESCO BRASIL. O Ecomercado de Trabalho na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo: Definição e Aplicabilidade. Série Meio Ambiente e Desenvolvimento. Brasília, 2000. ZENHA, E. A Colônia Alemã de Santo Amaro: sua instalação em 1829. São Paulo, Departamento Municipal de Cultura, 1950. ZENHA, E. A Vila de Santo Amaro. São Paulo: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1977.

Industrialização em São Paulo.

Abrindo os trilhos para a locomotiva
A capital perdeu espaço e hoje seu forte está no setor de serviços mas, ainda assim, responde por 9,4% da produção industrial do país. Uma locomotiva de respeito.
Em 1890, com população em torno de 70 mil habitantes, São Paulo já era vista como uma cidade onde tudo acontecia e para onde rumavam os “business man” e os turistas, como constatou o filho do então cônsul da Suíça na capital, Henrique Raffard. Foi justamente nesta época que São Paulo despertava para sua vocação de grande centro industrial. O início do processo de industrialização deve-se ao café e aos investimentos em infra-estrutura gerados pela procura do mercado externo pelo produto. 
A industrialização começou da forma mais simples possível, com a fabricação de produtos de baixo valor e pouco elaborados, usando matérias-primas nacionais como o próprio café, o algodão, o couro e o açúcar. Foi no início do século XX que um dos grandes industriais paulistas começou a construir seu império: Francisco Matarazzo. Apenas 9 anos após chegar ao Brasil vendendo banha importada, o italiano da Calábria construiu um moinho para produzir farinha de trigo, fundamental na preparação dos principais pratos da sua terra natal. 
Em poucos anos os Matarazzo ergueram o maior complexo industrial da América Latina. As fábricas visavam a autossuficiência dos negócios, ou seja, a não-dependência das importações. E assim as indústrias Matarazzo produziam não apenas a farinha mas as embalagens e os rótulos, e as máquinas eram consertadas em oficinas próprias. 
Os imigrantes foram os precursores no processo de industrialização. Em parte porque, em 1920, quase 2/3 da população paulista (de quase 600 mil pessoas) eram imigrantes. Além disso eram mais preparados, muitos já haviam sido operários e boa parte deles chegava ao Brasil com algum dinheiro. Neste grupo de pioneiros estavam também os irmãos Jafet, atuando no ramo de tecidos, Rodolfo Crespi, os irmãos Puglisi Carbone e a família Klabin, que fundaria a primeira grande indústria de celulose do Brasil. Além de serem imigrantes eles tinham outra coisa em comum: todos começaram trabalhando com importações antes de se aventurarem na produção. 
O símbolo do sucesso dos imigrantes na época foi o edifício Martinelli, construído entre 1922 e 1930 no centro da cidade. O prédio foi, por dez anos, o mais alto de São Paulo, com 25 andares e 100 metros de altura. Construído em concreto armado e sob condições adversas na época – havia um rio sob o prédio – a obra ganhou o status de proeza arquitetônica. Quando o Brasil declarou guerra aos países do Eixo em 1943, os bens de Giuseppe Martinelli foram confiscados e o prédio transformou-se em um cortiço. A recuperação veio nos anos 70, com uma reforma e a ocupação do espaço por escritórios e repartições públicas. 
Santa Efigênia, Brás, Moóca, Sé e Consolação concentravam o maior número de indústrias e o Bom Retiro, na mesma região, tornou-se o refúgio dos operários. Ali foi gerada, em 1917, a primeira grande greve do país. A cidade parou por vários dias, até que os “patrões” decidiram negociar. Os grevistas pediam melhores salários (o que ganhavam era insuficiente para cobrir as necessidades básicas), jornada de oito horas e seis dias por semana, proibição do trabalho para menores de 14 anos, entre outros direitos. Os confrontos com a polícia terminaram com a morte do sapateiro anarquista Antonio Martinez. 
O crescimento industrial foi especialmente rápido no período 1910-20, e um pouco mais lento nos vinte anos seguintes, a fase entre guerras. Os conflitos contribuíram para a diversificação da indústria nacional, uma vez que as grandes fábricas dos Estados Unidos e Europa estavam voltadas para as necessidades geradas pelas guerras. Na década de 50 o país e seu mercado consumidor considerável são descobertos pelas empresas multinacionais, mudando o perfil industrial que vigorara até então. No início do século XXI, 400 delas já tinham filiais em São Paulo. 
O estado de São Paulo – liderado pela capital e região metropolitana - é hoje o maior polo de negócios da América Latina, concentrando 30% de todos os investimentos privados realizados em território nacional. São 155 mil indústrias que representam 34% do PIB industrial brasileiro, segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A capital perdeu espaço e hoje seu forte está no setor de serviços mas, ainda assim, responde por 9,4% da produção industrial do país. Uma locomotiva de respeito. 

Fontes: “A industrialização de São Paulo”, Warren Dean; “Raízes da concentração industrial em São Paulo”, Wilson Cano; “A evolução industrial de São Paulo”, Edgard Carone, “Memória da Cidade de São Paulo - Depoimentos de moradores e visitantes”, Ernani Silva Bruno. 


A Semana de Arte Moderna de 1922

Cieja Parelheiros
História
Belle Époque em São Paulo e a Semana de Arte Moderna

Muita coisa mudou no começo do século XX em São Paulo. O número de habitantes aumentou, principalmente com a chegada de imigrantes, novos bairros surgiram, para abrigar a elite e também os trabalhadores.
Todas essas mudanças na cidade influenciaram o comportamento de seus habitantes. A São Paulo do século XIX (1801-1900) era tranquila, poucas pessoas transitavam nas ruas. Nos horários e dias de descanso as pessoas ficavam em suas casas
Com as mudanças urbanas, tanto os membros da elite como os da classe trabalhadora passaram a transitar mais pela cidade, que apareceram diversas alternativas de lazer.
Os membros da elite participavam de bailes em salões, como o da Avenida Paulista; praticavam esportes em clubes, como o turfe; e à noite iam a espetáculos teatrais; como os eventos do Teatro Municipal.
O Teatro Municipal de São Paulo nasceu embalando os sonhos de uma cidade que crescia com a indústria e o café e que nada queria dever aos grandes centros culturais do mundo naquele início de século...
O arquiteto Ramos de Azevedo e os italianos Cláudio Rossi e Domiziano Rossi iniciaram a construção em 1903 e, após oito anos de trabalho, o Teatro Municipal foi batizado pela ópera Hamlet, de Ambroise Thomas, diante de uma multidão de 20 mil pessoas, que acotovelava às suas portas. São Paulo se integrava ao roteiro internacional dos grandes espetáculos.

Responda:
1.       Quais os locais frequentados pela elite paulista no começo do século XX?
2.       O que você entende pela frase: 
O Teatro Municipal de São Paulo nasceu embalando os sonhos de uma cidade que crescia com a indústria e o café e que nada queria dever aos grandes centros culturais do mundo naquele início de século...
3.       Como o autor do texto descreve a noite de inauguração do Teatro Municipal de São Paulo?





Ciências Humanas
História
A Semana de Arte Moderna de 1922
As mudanças ocorridas na cidade pelas reformas urbanas e pela industrialização influenciaram a forma de viver, trabalhar e se divertir em São Paulo. Essas transformações eram chamadas de modernizações da cidade.
Essa modernização também influenciou alguns artistas, como poetas, escritores, pintores e músicos. Liderados por dois paulistas, Mario de Andrade e Oswald de Andrade, esses artistas organizaram, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte Moderna de 1922.
Foi um grande evento. Havia leitura de poesias, concertos musicais e exposição de quadros. O impacto foi grande. Muitos não gostaram do que viam, criticando o que era chamado de ‘arte moderna’.
E o que era essa arte moderna da Semana de 1922?
A Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, de 11 a 18 de fevereiro, teve como principal propósito renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.
Responda:
1.       O que foi a Semana de Arte Moderna de São Paulo?
2.       Qual o propósito da Semana de Arte Moderna de São Paulo?
3.       Quais os eventos que ocorreram na Semana de Arte Moderna de São Paulo?



quinta-feira, 15 de maio de 2014

PROJETO COPA DO MUNDO

Justificativa
-Inserir um olhar profundo sobre o futebol com suas variantes, incentivando um melhor conhecimento nas disciplinas de geografia, história, português, matemática, biologia, artes e educação física envolvendo valores básicos  para a cidadania.
-Incentivar a prática de atividade física;
- Promover o trabalho em equipe;
- Estimular à reciclagem.

Objetivo
Tematizar o futebol nas suas esferas através de um projeto interdisciplinar, unindo esporte, valores e cidadania.

ORIENTAÇÕES

Campeonato de futebol envolvendo todas as salas , cada sala terá 2 times, 1 masculino e 01 feminino, a escolha deles incluindo os nomes dos times integrantes. A tabela de disputas será simples, com os seguintes países, cada sala representará um país que será definido através de sorteio:




Interdisciplinaridade


HISTÓRIA
· Trabalhar a origem da Copa do Mundo
 · Aspectos históricos do país que a sala representa. (Personalidades – locais históricos – curiosidades - etc)


GEOGRAFIA
· Trabalhar com um mapa mundo, mostrando a localização do país que vai sediar e dos outros países que sediaram a copa do mundo;
· Aspectos geográficos do país que a sala representa (clima – relevo – localização – demografia - etc)


BIOLOGIA
· Pesquisar o que é DOPING e quais seus efeitos e proibição;
· Fauna e flora do país que a sala representa.
·    Reciclagem.
· Gastronomia do país que a sala representa.

PORTUGUÊS

 · Trabalhar pesquisa em manchetes de jornais, revistas e internet sobre a copa do mundo 2014;
 · Trabalhar explicando como é a língua oficial dos países participantes.
  ·Origem (significados) dos nomes dos jogadores.

MATEMÁTICA
· Trabalhar com os alunos utilizando dados disponíveis em revistas, jornais e internet, gráficos e tabelas sobre o quadro de medalhas dos países que venceram as copas;
· Trabalhar o BRASIL - quantidade de vezes que participou da copa do mundo com o seu quadro de medalhas.

ARTES
· Pesquisar e desenhar o logomarca, taça e mascote da copa do mundo;
· Confecção da bandeira do país que a sala representa.
Enfeitar a escola.


    INGLÊS

· Produção de jornal com notícias diárias da copa


SOCIOLOGIA
·        Trabalhar o futebol como um dos elementos da construção da identidade nacional e suas formas como processo de socialização em contrapartida a tentativa de alienações.

 FILOSOFIA
· O corpo como expressão da intersubjetividade; exterioridade internalizada e interioridade externalizada.



Ø     Arrecadação/Doação

A cada 50 latinhas a sala ganha um ponto. As latinhas deverão vir amassadas, e serão entregues em dia a ser divulgado. Serão vendidas para compra de materiais esportivos para a escola. Haverá prestação de contas para os alunos e seus respectivos pais, o material entrará como doação dos alunos para a escola.

Entregues na data estipulada.

- Cada sala terá um  grupo para cada trabalho da disciplina, a escolha deles, de forma que todos participem. Os temas para cada grupo será feito por sorteio.

- Cada trabalho terá sua pontuação, assim como o campeonato e as doações. Ganhará a sala que obtiver maior pontuação no total dos trabalhos.

- Cabe lembrar que teremos pontuação negativa nas questões cartões e/ou indisciplina durante os jogos.


ü      Pontuação dos trabalhos – Todos valerão 10,0 
ü      Divulgação : 31/01 à 04/04 ou 14/04 à 25/04
ü      Entrega dos trabalhos: 26/05 à 30/05
ü      Data da entrega das latinhas : Nos dias 08/05, 15/05 , 22/05 e 29/05, ultimo dia para entrega entre 28/07 e 01/08
ü      04/08 à 22/08 – Jogos
ü      26/08  Premiação da classe campeã

A sala campeã ganhará um troféu e no ano seguinte esse troféu será disputado para que possa passar para outra sala.
Respeito da torcida (receberam 2 advertências, a partir da terceira a sala perderá 1 ponto a cada advertência, em caso de reincidências a sala ficará fora dos jogos, permanecendo apenas com os trabalhos e latinhas.
O mesmo valido para os cartões amarelos nos jogos.

*Colocar um professor que possa ficar como orientador e coordenador de cada sala, este professor recolhe as latinhas e ajuda na contagem ou dividir as salas entre os professores que aderirem ao projeto para que fiquem responsáveis em recolher as latinhas.
Cada professor dá uma nota de 0 a 10 para a contagem no projeto e fica a seu critério se o trabalho será utilizado na pontuação da disciplina.