segunda-feira, 23 de março de 2009

Symphonia

Não está escrito errado não, é Symphonia com Y e PH mesmo, isso porque a grafia é de 1929, pois na verdade esse título “São Paulo, A Symphonia da Metrópole” também é o titulo do belíssimo documentário produzido pelos húngaros Adalberto Kemeny e Rudolph Rex Lustig, dois imigrantes que se instalaram em São Paulo em meados da década de vinte e se apaixonaram pela “Terra da Garoa”.O documentário é de uma riqueza gigantesca para a história da maior cidade do Brasil e “quiçá” do mundo. Ele não é apenas a mais marcante produção não-ficcional dedicada à capital, mas também o mais importante documentário urbano da era do cinema-mudo no Brasil.A “sinfonia da metrópole” retrata a São Paulo dos anos vinte, com suas “1.059.000 almas”, como uma “oficina de progresso”. Na época São Paulo estava em plena expansão e já era tida como uma das maiores cidades do mundo.A São Paulo dos anos vinte se comparada com a São Paulo do século XXI é algo totalmente paradoxal, porém em essência era a mesma coisa dos dias atuais. Digo isso por vários motivos, começarei pelos paradoxos.Naquela época existiam competições de natação e remo nos rios Pinheiros e Tietê (algo totalmente inconcebível nos dias atuais), não existia metrô, comércio ambulante, e o que mais me impressionou no documentário: a “finada” casa de detenção do Carandiru era tida como a melhor penitenciaria do mundo. Isso mesmo, vocês não leram errado, o Carandiru era a melhor penitenciaria do mundo. Lá reinavam a disciplina, trabalho, respeito e principalmente a recuperação do interno. Algo inimaginável para quem conviveu perto do Carandiru nos últimos anos de sua existência.Mas mesmo com todas essas (e outras) disparidades em relação a São Paulo dos dias atuais, a essência da metrópole já era a mesma, tanto que naquela época já existiam arranha-céus, largas avenidas, diversos automóveis, bondes elétricos, diversas indústrias e (pasmem) até trânsito! Álias, a essência é tanta, mas tanta, que tentar ir para a praça da sé por meio de transporte coletivo, já naquela época significava enfrentar um transporte lotado, assim como a última foto dessa postagem (um bonde com destino praça da sé) prova.O documentário também mostra diversas outras peculiaridades da “Paulicéia Desvairada” e que pode impressionar o espectador de maneiras diferentes.Depois da etiqueta dos internos do Carandiru, o que mais me impressionou no documentário foi ver como São Paulo já era evoluída naquela época.São Paulo, A Symphonia da Metrópole é um documentário imperdível, não só para os paulistanos, mas para todos. Uma relíquia!Foi esse o documentário que eu assisti no festival de inverno de Paranapiacaba desse ano e que eu acabei achando o evento mais interessante do festival. Na ocasião, outra coisa que enriqueceu muito o documentário foi a sonorização do filme que foi feita ao vivo por dois excepcionais músicos multi-instrumentistas e que ficou nota dez.

Brasil: As Raízes do Mundo do Trabalho

Brasil: As Raízes do Mundo do Trabalho
A difícil luta pela autonomia operária: notas para discussão. Curso Ecumênico de Pastoral Popular, Passo Fundo (RS), 1 a 4 de maio de 2003. Por Mário Maestri
1. Europa: As Raízes do Mundo do Trabalho
1.1. Europa: a pré-história do moderno mundo do trabalho
As origens históricas do moderno mundo do trabalho no Brasil são profundamente singulares em relação ao continente europeu, que conheceu, por primeiro na história da humanidade, a produção e a organização social capitalista e as primeiras expressões e materializações das tendências autonômicas do mundo do trabalho.
Na Europa, o moderno mundo do trabalho originou-se no bojo da produção e da ordem feudal e das lutas pela liberdade comunal. Ele assentou suas raízes nos ofícios urbanos, formados por homens livres e embalados pelas contradições entre aprendizes, oficiais e mestres.
Esse universo sócio-produtivo pré-capitalista, onde o domínio das práticas artesanais era objetivo de vida e meio de progressão social, propiciou o desenvolvimento de uma ética e uma moral mesteirais que valorizaram o trabalho produtivo e desvalorizavam o lazer improdutivo dos segmentos de baixo – mendigos, pedintes, andarilhos, etc. – e de cima – frades, nobres, etc.
A gênese e o desenvolvimento do capitalismo europeu ensejaram a radicalização das oposições internas aos ofícios. Os mestres tenderam a apartar-se da produção, transformando-se em detentores do capital. Os oficiais e os aprendizes perderam o domínio relativo dos meios de produção, transformando-se em vendedores de sua força de trabalho.
No mundo europeu, o desenvolvimento industrial acelerou-se e consolidou-se, retardou e frustou-se na consecução ou na frustração da revolução burguesa – Holanda, Inglaterra, França, Portugal, etc. Esse processo ensejou a formação de fortes éticas e morais burguesa e plebéia, antepostas às visões aristocráticas de mundo. Ele consolidou os princípios civis cidadãos, ainda que em formas restritas.
1.2. Europa: a pré-história rural do moderno mundo do trabalho
Nos séculos 19 e 20, a formação do moderno mundo do trabalho europeu consolidou-se com a crescente incorporação de produtores rurais expulsos para a cidade desde o campo onde mais comumente viviam de uma economia camponesa familiar independente ou subordinada.
Em geral, havia séculos que esses produtores rurais tinham conquistado a liberdade pessoal plena, gravando portanto os encargos feudais a terra, e não mais os homens. Eles conheciam sólidos laços familiares e societários, engendrados no contexto dos profundos vínculos com uma terra que assimilava o trabalho pretérito.
Os vínculos familiar-societários camponeses articulavam-se habitualmente em torno da comuna rural – aldeia. A estabilidade da relação com a terra; a independência produtiva absoluta ou relativa; as relações familiares e societárias; as práticas e interesses comunais, etc. ensejaram visões camponesas de mundo tendencialmente autônomas e anti-aristocráticas.
1.3. Europa: a libertação pelo trabalho
O processo da luta do mundo do trabalho europeu, sobretudo urbano, pela construção de instâncias sociais, políticas e ideológicas autonômicas realizou-se no bojo da sua transição de classe em si em classe para si, que materializava a tomada de consciência das necessidades comuns nascidas de mesma inserção no processo produtivo objetivo.
O processo subjetivo e objetivo de tomada tendencial de consciência por parte da classe operária apoiou-se nos laços societários e de identidade que os trabalhadores de origem urbana e rural mantinham e haviam mantido nos períodos históricos anteriores e nas conquistas civis e cidadãs mínimas obtidas no contexto das revoluções burguesas.
Comumente, para os mesteirais e produtores rurais, a proletarização constituiu expropriação material e espiritual em relação a realidade passadas. As romantizações literárias do mundo feudal e o movimento luditista foram expressões e reflexos culturais e sociais da perversa regressão social relativa determinada pela revolução industrial.
O processo de construção da autonomia do mundo do trabalho europeu constituiu reconstrução de experiências sociais rurais e urbanas, sobre bases materiais e espirituais superiores, materializadas pelo trabalho socializado na fábrica moderna e sugerida pela possibilidade objetiva de superação histórica das experiências passadas e presentes através da construção de sociedade socialista e comunista.
2. Brasil: As Raízes do mundo do trabalho
2.1. Brasil: A pré-história urbana do moderno mundo do trabalho
Em relação à Europa, são radicalmente singulares e superficiais as raízes do moderno mundo do trabalho brasileiro, gerado no contexto da civilização colonial e imperial luso-brasileira. O desconhecimento dessa diversidade de qualidade tem motivado profundas incompreensões, com importantes conseqüências na prática teórica e social.
Até a Revolução Abolicionista, em 1888, o modo de produção escravista colonial dominou as formas subordinadas de produção, pejando profundamente o universo social, econômico, ideológico, etc. do Brasil. Além mesmo da vigência da formação social escravista, o não-trabalho – e não o trabalho – foi expressão de elevação e superação social.
Na escravidão, a ascensão do sopé ao cume da pirâmide social dava-se através da metamorfose do trabalhador escravizado em escravizador. Mesmo que esse movimento ascendente fosse numerica e economicamente desprezível, teve importância sócio-ideológica na consolidação da sociedade escravista, ao manter via aberta aos explorados mais afortunados e empreendedores.
Escravidão urbana
No Brasil colonial e imperial, o trabalho livre foi uma singularidade. Como fora habitual na Antigüidade e em Portugal, os escravizadores ensinavam ao cativo um ofício para que fosse explorado diretamente, alugado ou mandado vender sua habilidade pelas ruas e praças das aglomerações.
Não houve transposição da organização mesteiral portuguesa para o Brasil. Ao contrário, houve transferência e radicalização da prática lusitana de utilizar a mão-de-obra escravizada nos diversos misteres artesanais. Portanto, esse último hábito social, subordinado em Portugal, assumiu caráter dominante no Brasil.
Até fins do Império, nos centros urbanos, os mestres compravam trabalhadores escravizados, ensinavam-lhes os ofícios, viviam do esforço servil, apartando-se crescentemente do trabalho produtivo. O número de cativos e o grau de estranhamento ao trabalho determinavam a maior ou menor dignidade social dos mestres.
O trabalhador escravizado era comumente alugado a privado ou ao Estado pelo escravizador que recebia o valor total do arrendamento do cativo de aluguel. Esse trabalhador era alimentado por seu senhor e, menos comumente, pelo arrendatário, desinteressado na manutenção da sua força vital.
Romantismo arbitrário
O cativo ganhador locomovia-se livremente pelas ruas das aglomerações oferecendo produtos e serviços, sob a condição de pagar um ganho fixo – diário, semanal, mensal – ao escravizador. Ele investia o obtido além do ganho em alimentação, vestuário, pagamento de um alojamento, formação de um pecúlio, etc.
A historiografia revisionista romantizou e extrapolou as possibilidades ensejadas por essa forma de trabalho servil, propondo-lhe um significado autonômico e possibilidade de superação do status escravista que jamais possuiu. Chegou-se a afirmar que constituiria uma brecha urbana na ordem escravista.
Relativamente poucos ganhadores obtiveram a alforria através da compra da liberdade. Em geral, quando isso ocorria, dava-se devido a uma singular habilidade produtiva e parcimônia, após décadas de trabalho e poupança. A compra da alforria ensejava descapitalização do ganhador, quando declinava sua capacidade produtiva. Ela permitia que o escravizador trocasse um produtor usado por um novo.
A imensa maioria dos cativos ganhadores, de aluguel ou explorados diretamente pelos escravizadores viveu e morreu sob as duras condições escravistas da vida, em contexto que o trabalho era objetivação da exploração e não de sua superação relativa.
2.1. Brasil: A pré-história rural do moderno mundo do trabalho
No Brasil escravista, praticamente de 1532 a 1888, o mundo rural dominou em forma substantiva o mundo urbano, social e economicamente subordinado. Mesmo no século 18, durante o ciclo mineiro, a fazenda monocultura escravista subordinou fortemente o universo sócio-produtivo escravista colonial.
No quinhentos, o litoral brasílico era habitado sobretudo por comunidades aledães tupi-guaranis organizadas em torno de uma horticultura itinerante de plantação-enxertia que ensejava forte autonomia entre as aldeias e frágeis raízes dos horticultoeres com as aldeias – inexistência de celeiros; frágeis raízes com território utilizado extensivamente, etc.
A escravização açucareira dizimou a sociedade nativa e gerou comunidades de produtores destribalizados que, em contato com a sociedade oficial, retomaram, em geral e isoladamente, práticas produtivas tradicionais. As formas caboclas de produção ensejadas por esse processo geravam frágeis laços societários e com uma terra que não constituía locus coagulador do trabalho pretérito.
Africanos escravizados
A partir dos anos 1570, a substituição da dominância da escravidão americana pela africana introduziu forçosamente no Brasil de três a cinco milhões de africanos arrancados do continente negro. Na África, esses trabalhadores escravizados haviam sido pastores, artífices e sobretudo camponeses aldeões livres. O tráfico constituiu a maior transferência forçada de trabalhadores da história da humanidade.
A economia monocultura exportadora exigia que os produtores escravizados conhecessem formas intensas de trabalho compulsório, organizado em equipe, a fim de facilitar a feitorização do trabalho. A organização escravista ensejava frágeis laços societários, familiares e com a terra trabalhada por parte dos produtores feitorizados.
No Brasil, a produção servil dominical autônoma de meios de subsistência em parcelas cedidas pelos escravizadores foi fenômeno singular que tendia a dissolver-se quando da expansão da produção escravista mercantil. O caráter singular e a subordinação mercantil determinaram a inexistência do "protocampesinato" proposto pelos defensores da brecha camponesa. Fenômeno que se expressou na luta dos cativos pela liberdade e não pela terra.
2.3. Brasil: a libertação do trabalho
O principal objetivo das massas escravizadas urbanas e rurais foi a libertação do trabalho feitorizado, vetor e símbolo da submissão escravista. A resistência ao trabalho alienado e a fuga foram importantes formas de luta servis. Uma significativa parcela da população escravizada viveu permanentemente em fuga, nas cidades e nos campos.
A negação consciente e inconsciente do trabalho alienado foi uma das principais formas de resistência do trabalhador escravizado. Sem referências alternativas, as visões de mundo dessas comunidades foram penetradas pela ideologia dominante. A improdutividade aristocratizante foi paradigma de toda a sociedade escravista.
A escravização do produtor direto nas cidades e no campo pressupunha sua feitorização, minoração cultural e anulação civil. Os cativos lutaram para construir visões de mundo e laços familiares e societários que caracterizaram-se pela fragilidade e precariedade, já que enquadrados por relações sociais despóticas e pelo baixo desenvolvimento das forças produtivas, num contexto de escassa autonomia produtiva e societária.
No universo urbano e rural, o trabalho escravizado foi sempre visto como vetor de alienação e não de emancipação. Poucos anos após o fim da escravidão, o intelectual negro Manuel Querino procurou pioneiramente resgatar o caráter progressivo e criativo do esforço do trabalhador escravizado na construção da sociedade brasileira.
3. Formação do Moderno Operariado Urbano
O processo de industrialização do Brasil iniciou-se em fins do século 19, em forma profundamente regionalizada, sobretudo através da exploração da força de trabalho européia imigrada especializada e semi-especializada e de trabalhadores urbanos de origem nacional não-especializados. A produção fabril nacional iniciou-se quando ainda dominavam as relações escravistas de produção, com trabalhadores escravizados e livres. Não raro, estes últimos haviam sido ou descendiam de trabalhadores escravizados.
Sobretudo após a fundação das primeiras organizações operárias, os trabalhadores imigrados transpuseram práticas, expectativas e comportamentos do mundo do trabalho europeu para as regiões em processo de industrialização, socializando relativamente suas experiências com os trabalhadores nacionais, apesar das diversidades nacionais, de língua, etc. Esse processo teve como base e foi impulsionado pela mesma inserção sócio-produtiva.
A aceleração do processo de industrialização ocorrida durante a Grande Guerra e após a crise mundial de 1929 – "industrialização por substituição de importações" – ensejou a incorporação à produção industrial, primeiro dos trabalhadores nacionais urbanos desempregados, a seguir de produtores chegados do meio rural.
Os trabalhadoras urbanos e rurais nacionais incorporados à produção tinham vivido inseridos em forma mais ou menos diretas no universo escravista. Eram ex-cativos, libertos, ventre-livres, caboclos, etc. Quanto muito, haviam conhecido imperfeitamente a propriedade e o domínio da terra, no contexto da rústica sociedade latifundiária nacional, onde a aldeia camponesa quase inexistia.
Excepção colonial
A distribuição ou a venda financiada de pequenas glebas agrícolas a alemães, italianos, poloneses, etc. imigrados ensejou produção economia camponesa indipendente que, por décadas, manteve essas comunidades à margem do mercado de trabalho livre urbano, já que detinham os fatores de produção necessários à produção de meios de subsistência.
Em forma desigual, os segmentos sociais urbanos e rurais proletarizados originavam-se em universos societários duramente subalternizados e conheciam realidades culturais, familiares, societárias, etc. muito frágeis. Eram objeto da discriminação racial e lingüística, no contexto de sociedade que, realizando transição autoritária para a ordem burguesa, mantinha as comunidades populares à margem dos direitos cidadãos mínimos.
Submetidos historicamente à situação de sub-consumo, com escassa experiência no mercado livre de trabalho, a proletarização significava para os segmentos sociais urbanos e rurais nacionais incorporados à ordem industrial, mesmo em forma precária e despótica, progressão social e econômica absoluta e relativa.
A proletarização industrial raramente constituía decadência em relação a um passado de sub-consumo e de relações de trabalho despóticas que, por outro lado, punha à disposição das novas classes proletárias uma muito limitada herança de lutas e mobilizações comunitárias e societárias.
Passado ingrato
Até certo ponto, no Brasil, para multidões de trabalhadores, em relação ao passado, a proletarização constituiu uma espécie de ponto de partida zero. Ou seja, o início de experiências de socialização por parte de comunidades tendencialmente atomizadas no passado pela ordem escravista e pela sociedade oligáquico-latifundiária.
Nesse sentido, ao contrário da Europa, a fábrica não foi o locus de restauração e superação de cultura e valores societários pretéritos, mas o espaço de sua formação. Ao menos no que se refere às populações de origem nacional, não efetuou a ressocialização industrial de comunidade urbana e rural de produtores portadoras de sólidos valores e experiências societárias.
Nesse contexto, a fábrica produziu e produz a organização de consciência societária sempre questionada, diluída e fragilizada pelo imenso exército de reserva de origem urbano e rural. Exército que tem as determinações anômicas impostas no passado pelo escravismo e latifúndio oligárqucio aprofundadas, no presente, pelas impulsões políticas, social e ideológica dissociativas do moderno modo de produção capitalista.
4. Construi o Autonomia do Mundo do Trabalho
No Brasil, a construção do futuro parece exigir depuração do mundo do trabalho das impregnações políticas, ideológica, social, etc. estranhas a ele. Processo viabilizado com o fortalecimento, difusão e universalização dos seus valores – plebeísmo; racionalismo; associativismo; coletivismo, etc. – no seio das classes trabalhadoras através da organização autonômica e contraditória dos trabalhadores ao capital – partidos políticos; associações sindicais, profissionais, comunitárias, escolares; mídia; sociedades culturais, esportivas, etc.
Constitui momento fundamental desse processo a extensão dos valores, das práticas e das formas de organização do mundo do trabalho às comunidades da cidade e dos campos marginalizadas pela produção capitalista, na luta pela destruição, anulação e mitigação das supervivências econômicas, políticas, ideológicas, etc. pré-modernas e pré-capitalistas – desvalorização do trabalho; latifúndio; elitismo; racismo; irracionalismo; individualismo, etc.
Processo que exige, na luta pela consecução de seus objetivos estratégicos, a incessante mobilização das classes trabalhadoras e populares pela obtenção dos direitos básicos elementares ao salário, à educação, ao lazer, etc., num aqui e agora da vida social quotidiana que rompa radicalmente com o tradicional e permanente reconhecimento retórico desses direitos e a postergação de sua concessão para um futuro que jamais se materializa.
sobre o autor
Mário Maestri, 55, doutor pela UCL, Bélgica, professor do Curso de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF. [maestri@via-rs.net]

quinta-feira, 12 de março de 2009

EJA na pauta.

EJA: processo preparatório para a Confintea VI é destaque

Por Ação Educativa



No cenário da EJA, o grande destaque político do ano foi o processo preparatório para a sexta edição da CONFINTEA – Conferência Internacional de Educação de Adultos, promovida pela Unesco e que será realizada em 2009. “Como membro do ICAE – Conselho Internacional de Educação de Adultos, a Ação Educativa participou ativamente da articulação da sociedade civil mundial, para que essa tenha voz ativa nas propostas a serem apresentadas no encontro”, explica Vera Masagão Ribeiro, coordenadora de programas da Ação Educativa. No encontro regional que ocorreu no México, Sergio Haddad, coordenador geral da organização, ajudou a articular uma reunião paralela à Conferência, com o objetivo de ampliar a incidência da sociedade civil no processo, ampliando também o espaço e o eco das discussões promovidas no encontro oficial. No processo nacional, assessores da Ação Educativa colaboraram na elaboração do documento base da conferência, em especial na parte relativa ao diagnóstico, tendo participado também do Encontro Nacional preparatório. Na linha de produção pedagógica, a equipe da Ação Educativa deu continuidade ao trabalho de elaboração de livros didáticos, em parceria com a Editora Global. Como destaque do período, está a inclusão do livro de alfabetização da Coleção Viver, Aprender no guia de livros aprovados pelo MEC para serem distribuídos ao programa Brasil Alfabetizado. A equipe também deu seqüência à atualização das coleções para o Ensino Fundamental e finalizamos uma obra inédita para o Ensino Médio. Na área de formação de professores, a Ação Educativa realizou oficinas em parceria com a Fundação Municipal para Educação Comunitária de Campinas – FUMEC. Foram realizadas oficinas de formação em EJA para o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, de 1ª a 4ª série. Cerca de 24 educadores e diretores participaram dos encontros. Milena do Carmo, assessora da Ação Educativa, conta que durante a formação, foi apresentada uma proposta curricular de EJA produzida pela Ação Educativa, por encomenda do MEC, aos diretores envolvidos nas oficinas. A proposta foi discutida e apresentada à Secretaria de Educação da Prefeitura de Campinas como um esboço de reforma curricular. Vera Masagão lembra que a Ação Educativa realizou também no ano de 2008 dois grandes projetos de avaliação, que se encontram em processo de finalização: um abrangendo toda a rede de educação do SESI, onde grande parte das matrículas são na modalidade EJA e também do programa SESC Ler, que mantém centros de educação de jovens e adultos em cidades interioranas das regiões Norte e Nordeste.

Para mais referências sobre o diagnóstico de 10 anos da EJA no Brasil e aos projetos de avaliação, visita a página de pesquisas da Ação Educativa

CINEMA NA LAJE - MOSTRA DE CINEMA AFRICANO

COOPERIFA .

APRESENTA:
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CINEMA NA LAJE - MOSTRA DE CINEMA AFRICANO

Por Sérgio Vaz.


A partir de março, a periferia de São Paulo vai ganhar da Cooperifa uma sala de cinema ao ar livre, e na primeira e terceira segunda-feira do mês, a laje do Zé batidão, onde acontece há sete anos, o tradicional sarau da Cooperifa, vai virar o cinema Paradiso da Zona Sul paulistana.
O Cinema na laje vai ser um espaço alternativo para exibição de filmes e documentários de todas as partes do Brasil e do mundo. E criado principalmente para dar vazão ao cinema produzido por jovens da região.
E para a segunda exibição do Cinema na laje , que acontece dia 16 de março, a Cooperifa traz uma mostra de filmes produzidos na África, entre curtas e documentários, a comunidade vai poder conhecer um pouco do cinema de Angola, Moçambique, Ruanda, África do Sul, entre outros. Imperdível..
Dia 16 de março (segunda-feira) 2ohs.
Bar do Zé Batidão
rua Bartolomeu dos Santos, 797 Chácara Santana
Periferia-SPEntrada francaInfs. 72074748.

CINEMA NA LAJE - MOSTRA DE CINEMA AFRICANO

Programação:.Eu te amo (I love you), de Rogerio ManjateMoçambique, 2007, vídeo digital, cor, 3’ mSeane Josefa, Marília Nuvunga
Curta-metragem sem diálogos sobre jovem ingênuo se apaixona por sua vizinha, uma linda prostituta. Procura advertí-la dos perigos do HIV mas não sabe de que maneira..

Tráfico de carvão (Charcoal traffic), de Nathan ColletSomália/Quênia, 2008, cor, 7’ mDois irmãos envolvidos em um ciclo violento de destruição ambiental e cultural na Somália.>

Subira, de Ravneet ChadhQuênia, 2008, cor, 12’ mAnimação sobre uma menina de 11 anos que luta contra a própria mãe, pois não está de acordo com as normas da sociedade..

Confissão (Confession), de Daddy RuhorahozaRuanda, 2007, vídeo digital, cor, 8 mAyuub Kasasa Mago, Alice Kayibanda, Daddy Ruhorahoza, Natacha Muziramakenga
Psicológicamente atormentado por algo muito grave que fez no passado, um homem vai ao confessionário. Após confessar-se a um padre, e sem sentir-se aliviado, adota uma forma original de pedir perdão..

E aí está o pó (And there is the dust), de Lara Foot Newton e Gerhard MarxÁfrica do Sul, 2005, vídeo digital, cor, 8’ mBaseado em fatos reais ocorridos na África do Sul em 2001, esta animação conta a história de um bebê de 9 meses que foi violentado e assassinado. Metade animação, metade realidade o filme é um poema visual maravilhosamente narrado por Mncedisi Shabangu..

Quando o mar bate na rocha, de Sol de CarvalhoMoçambique, 2000, 12’mAs plataformas rochosas da costa moçambicana têm o hábito de respeitar a colheita do mexilhão que tanto delicia os turistas. Porém, a pobreza impede que este costume se mantenha, já que a pesca de mexilhões compromete a vida de jovens pescadores.

Contos tradicionais, de Sol de CarvalhoMoçambique, 2002, 12’mDuas histórias recolhidas pelo antropólogo Henry Junod – estudioso que descobriu os usos e costumes da população bantu da África Subsaariana. Os contos explicam como as comunidades têm sistemas tradicionais que habituam as crianças a respeitar a natureza..

Angola: saudades de quem te ama, de Richard PakleppaAngola, 2005, cor, 66’ mDe crianças de rua à modelos de passarela, o espectador mergulha num caleidoscópio de personagens e cores que giram em torno das grandes contradições entre pobreza e luxo em um dos maiores produtores

sexta-feira, 6 de março de 2009

O resumo da Ópera.

Muchachos e muchachas,
caminhamos com a certeza da vitória, é o que vale. Publiquei abaixo um documento da maior importância: a luta dos trabalhadores por emprego. A pauta é a irresponsablidade social dos políticos e seus progenitores, os capitalistas. O dinheiro a qualquer preço gerou uma crise que poderá colocar em xeque a sobrevivência de muitos trabalhadores no Brasil e o no mundo. Temos que pensar estratégias que nos permitam compreender a atual fase do capitalismo e buscar alternativas organizadas para combater o que nos aguarda além da curva do rio.
Abraços,
Adilson Campos Calasans.

quinta-feira, 5 de março de 2009

As Origens do Homem Moderno - contributo anti-racista

As Origens do Homem Moderno - contributo anti-racista

Por Jorge Moreira.

Introdução
Desde tempos imemoriais que o Homem tenta explicar a sua origem. Inicialmente e pela falta de conhecimento científico invocou aspectos míticos e religiosos para descrever a sua génese através do criacionismo. Mas foi Lamarck, que no século XIX, colocou o Homem na corrente evolutiva e posteriormente, Darwin formulou a teoria da origem africana. Avanços científicos e tecnológicos recentes, nas áreas da Biologia Evolutiva e Molecular e na área da Arqueologia, sugerem que a filogenia1 do homem moderno, Homo sapiens, surgiu na savana africana.

Modelos Sobre a Origem do Homem Moderno

Existam dois modelos que explicam a evolução do Homo sapiens a partir do Homo erectus: o modelo multirregional, centrado numa evolução simultânea em diversas zonas do globo, pela acção da selecção natural,2 a partir de uma sucessiva vaga de antepassados que saíram da África há mais de 1,5 milhões de anos; e o modelo Out of Africa que explica a origem comum da humanidade actual, através da microevolução3 de uma pequena e única população4 que existiu na savana africana cerca de 200 000 mil anos atrás e que posteriormente se teria espalhado e diversificado para outros continentes, suplantando as populações estabelecidas de Homo arcaicas. Este modelo Out of Africa é o mais consensual entre a comunidade científica devido a argumentos essencialmente genéticos.

Argumentos Favoráveis ao Modelo Out of Africa

A Arca de Noé, a Eva Negra, a hipótese da substituição, o modelo de origem única e a evolução africana recente, são designações que alguns autores utilizam para definir o modelo da evolução do Homem anatomicamente moderno Out of Africa. Este modelo traduz um evento de especiação,5 uma vez, que novas espécies, costumam surgir de pequenas e isoladas populações, capazes de manter e acentuar a diversidade genética.As principiais evidências deste modelo são as seguintes:O ADN mitocondrial6 é um modo de transmissão inteiramente maternal, logo, não recombina e não sofre mutações7 (ou as que sofre são facilmente detectadas). Para além disso, existe milhares de cópias de um determinado gene8 mitocondrial por célula, tornando o ADN mitocondrial um relógio molecular, um instrumento muito útil em determinadas situações, onde o tecido da amostra está muito velho, é muito pequeno ou foi degradado pelo calor e/ou humidade, tal como acontece com os fósseis. A análise da variação da composição molecular do ADN mitocondrial e suas mutações neutras sofridas em indivíduos africanos, asiáticos, europeus e ameríndeos, nomeadamente na região da D-loop9 determinam uma suposta origem de toda a linhagem humana moderna.O cromossoma Y, pela sua herança paterna, também não recombina, excepto nas zonas I e II e por esse facto, é o segundo sistema genético mais utilizado no estudo da população humana. A análise da parte não recombinante do cromossoma Y nas populações actuais, também demonstra uma origem recente comum africana entre 100 000 a 200 000 anos.Estudos que recolheram mais de um milhar de amostras de ADN cromossómico provenientes de 42 regiões geograficamente distintas, analisaram o locus10 CD411 do cromossoma 1212 donde concluíram que todas as populações, excepto as sub-Saharianas, apresentavam delecção13 do Alu14 e um único tipo de STRP15Outro estudo actual de ADN nuclear realizado a populações geograficamente separadas permitiu chegar à conclusão de que existe maior diversidade genética no continente africano do que nos outros, para muitos loci16 nucleares, podendo assim, indiciar uma origem comum da humanidade moderna neste continente.A hipótese Out of Africa e a explosão demográfica verificada nos últimos séculos explica a especificidade geográfica dos alelos17. São provavelmente mutações recentes que não tiveram tempo suficiente para se difundir pela população mundial.A baixa diversidade genética humana é também o resultado de uma espécie jovem proveniente de uma pequena população original.Os fósseis mais antigos conhecidos de Homo sapiens foram três crânios encontrados na Etiópia, em 1997, com cerca de 160 000 anos. O mais completo dos crânios mostra uma combinação de características humanas arcaicas, com modernos primitivos e actuais, fornecendo ainda, uma ligação entre os fósseis mais antigos de Homo sapiens de África e outros mais modernos na Palestina com cerca de 115 000 anos.

A Expansão do Homo sapiens

Foram identificadas cinco grandes grupos populacionais: negróide (africanos), caucasianos (europeus), mongolóides (asiáticos), ameríndios (americanos nativos) e australóides (australianos e papuanos). Dados genéticos e paleontológicos sugerem que estes grupos são o resultado de uma história complexa de migrações humanas e suas recombinações com as populações arcaicas, em conjugação com factores de deriva genética e selecção natural, que entraram em acção, desde que o Homo sapiens aumentou a sua população e se expandiu a partir de África. Inicialmente um grupo de humanos movimentou-se para o Noroeste Asiático através do Médio Oriente e instalou-se no Sudeste Asiático. Outro grupo dirigiu-se para a Índia e de seguida para o Sudeste Asiático, recombinando-se novamente. Parte desta população dirigiu-se para o Pacífico e Austrália, a outra parte, recombinou-se novamente eliminando os traços africanos em grande parte das populações. A Europa recebeu, desde o Paleolítico, várias ondas migratórias provenientes de leste. Já no Neolítico, os agricultores oriundos do Médio Oriente, do norte de Cáucaso e dos mares Negro e Cáspio e posteriormente, a partir da Grécia, levaram o seu material genético para a Europa, expandindo-se até à Península Ibérica. (Ver Anexo I)ConclusãoTriesman (1995) colocou a hipótese de ter havido, numa pequena população africana, cerca de 200 000 anos atrás, uma mutação mitocondrial favorável, mas letal na presença de genes nucleares diferentes. Daqui surgiu um novo genótipo,18 que se difundiu dentro da população. Com o seu aumento progressivo, saiu de África, povoou novos continentes e modernizou as populações arcaicas nativas, através do seu fluxo génico19. Este gerou uma oposição à deriva genética20, com a introdução de novos polimorfismos21 nas populações e novas combinações de genes, onde a selecção natural pôde actuar. A hibridação22 possibilitou a continuidade local e contribuiu para as diferenças regionais da humanidade moderna, demonstradas nos fenótipos23 característicos de diversas populações, assim como, para a distinção de populações mais antigas e africanizadas de populações locais mais recentes. Os achados arqueológicos foram muito importantes para as evidências da evolução24 do Homo sapiens no fornecimento de pistas concretas sobre a evolução da nossa espécie (ver anexo II).

Depois deste fenómeno humano, à escala global, não houve um novo processo de especiação (pelo menos detectado ou sobrevivido até hoje), devido ao alto fluxo génico verificado, que reduz drasticamente os alelos favorecidos pelas condições locais, evitando assim, uma nova adaptação, como se verificou à 200 000 anos numa pequena população africana.Os estudos genéticos tiveram um papel preponderante sobre as origens do Homem moderno e sua ancestralidade comum. Forneceram também, evidências profundas, de que as “raças”25 humanas eram biologicamente insignificantes e que a sua variação deve-se a factores de divergências progressivas desde a sua origem, através do isolamento geográfico e às taxas de diferenciação. Assim, uma visão ecotípica26 das diferenças genéticas e fenotípicas entre as populações é a mais correcta, pois não existe uma distinção filogenética, nem uma especiação incipiente nas “raças” humanas. Por esse motivo, não será correcto falar de “raças” humanas às diferenças fenotípicas entre as populações.Todos os humanos modernos partilham um antepassado comum recente e as diferenças observadas actualmente entre povos são o resultado dos últimos milhares de anos de história.Tal como toda a vida na Terra tem um ancestral comum, também a história da evolução do Homem moderno evidencia uma população ancestral comum a toda a humanidade actual.

Bibliografia

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Glossário e Conceitos

1 Filogenia - a história da evolução de uma determinada espécie ou grupo de espécies relacionadas.2 Selecção Natural – processo de evolução proposto por Darwin e aceite pela comunidade científica. É a fonte da Diversidade Biológica. É um meio que leva a adaptação dos seres vivos a determinado ambiente, à evolução da vida e ao aparecimento de novas espécies.3 Microevolução – fraccionamento de uma espécie em duas espécies filhas semelhantes.4 População - grupo de indivíduos pertencentes à mesma espécie e que partilham o mesmo local ao mesmo tempo.5 Especiação - relacionada com factos do processo evolutivo responsáveis pela formação de uma nova espécie.6 ADN mitocondrial - uma “espécie de segundo” genoma que a célula tem no organelo mitocôndria é muito mais simples que o ADN nuclear. É constituído por uma cadeia dupla circular (cadeia pesada H e a cadeia leve L). hereditariamente só tem origem materna.7 Mutações – mudança genética num organismo que comporta alterações dos genes individuais do ADN, o desvio na estrutura ou no número de cromossomas. As mutações são importantes para a formação de novo material genético que permite a evolução.8 Gene – segmento de um cromossoma que contem a informação específica para produzir determina proteína ou uma característica fenotípica.9 D-loop – região gerada pela síntese de um segmento curto da cadeia pesada H denominado 7SDNA, onde se encontra a origem da replicação da cadeia H. Esta região ADN mitocondrial é muito importante do para estudos forenses e bio-geográficos, porque não combina com nenhum gene. Só pode variar com poucas limitações relacionadas com factores de tamanho, peso e luz.A replicação do D-loop é um processo que as mitocôndrias e os cloroplastos replicam o seu material genético.10 Loccus – a localização de um gene nos cromossomas.11 CD4 – é um co-receptor de células protectoras do tipo T presentes na pele e em mucosas.12 Cromossoma 12 – um dos 23 pares de cromossomas constituintes do genótipo humano.13 Delecção – perda de um segmento de um cromossoma. Perda de sequências nucleotídicas pelo genoma de um indivíduo.14 Alu – pseudogenes ou repetições dos genes no ADN15 STRP (Small Tandem Repeats Polymorphism).16 Loci - plural de loccus, localizações especificas nos cromossomas.17 Alelos - formas alternativas do par de gene que ocupa um determinado loccus num cromossoma e condiciona uma determinada característica fenotípica do individuo.18 Genótipo – conjunto de genes de um indivíduo. Informação genética presente num par de alelos para cada gene. O genótipo condiciona os fenótipos de cada ser.19 Fluxo génico – migração, transferência de genes de uma determinada população para uma outra.20 Deriva genética – as divisões das populações em pequenos grupos isolados reprodutiva-mente entre si actuam, junto com a selecção natural, actuam evolutivamente modificando as características das espécies ao longo do tempo.21 Polimorfismo – existência de várias formas dentro da mesma espécie.22 Híbrido – procriado por duas espécies distintas.23 Fenótipo – caracteriza o indivíduo na sua aparência física e é determinado pelo genótipo. São características de cada ser, como por exemplo, a sua estatura, cor da pele, olhos, etc., são provenientes dos genótipos.24 Evidências da evolução – São três os principais argumentos: evidências observáveis, abundantes e directas; as imperfeições da natureza revelam Evolução e as transições são relatadas pelo registo fóssil.25 Raça – o termo raça implica a organização de grupos claramente separados uns dos outros. Dentro da nossa espécie não existe tais grupos.26 Ecotípos – grupos geneticamente diferenciados e adaptados a um determinado meio ambiente, mas não constituem unidades filogenéticas distintas, mas sim, entidades ecológico-funcionais que se caracterizam por uma diferenciação em diversos graus.

Os primeiros habitantes da terra

Os primeiros habitantes da terra

A pré-história é o período anterior ao aparecimento da escrita, por volta do ano 4000 a.C..Seu estudo depende da análise de documentos não-escritos, como restos de armas, utensílios, pinturas, desenhos e ossos. O gênero HOMO apareceu entre 4 e 1 milhão de anos a .C.. Aceita-se três etapas na evolução do homem pré-histórico, entre os estudiosos. São elas:

I - PALEOLÍTICO (idade da pedra lascada)
a) Paleolítico inferior: 500.000 – 30.000 a.C.
b) Paleolítico superior: 30.000 – 8.000 a.C.

II - NEOLÍTICO (nova idade da pedra)
8.000 – 5.000 a.C.

III - IDADE DOS METAIS
5.000 – 4.000 a.C.

Esta divisão é evolucionista mas numerosos investigadores da história contestam tal visão. Afirmam que existe grande diversidade cultural entre os grupos humanos e que, diante de determinado problema, cada homem se organiza de um modo, o que resulta em culturas diferentes. Daí conclui-se que certos grupamentos humanos podem ter simplesmente acelerado um dos estágios ou ter saltado um deles.

A Origem do Homem

A precariedade de informações limita o conhecimento da origem do homem. As primeiras pesquisas datam do final do século XIX; e muitas descobertas de restos humanos ocorreram de modo casual, nem sempre realizadas por especialistas.
A descoberta de traços culturais comuns em grupos afastados indica que, provavelmente, apareceram vários deles em regiões diferentes.
De modo geral, dizemos que há um tronco comum do qual se originaram os grandes macacos (pongidae) e os homens (hominidae). Em determinado momento da evolução, os dois grupos se separaram e cada um apresentou sua evolução própria. Os pongidae apresentaram a forma do gorila, chimpanzé e orangotango; os hominidae ou hominídeos, a forma do atual homo sapiens.

Australopithecus Afarensis

Trata-se do mais antigo hominídeo que se conhece. Foi encontrado na África do Sul e os estudos revelaram que viveu entre 1 milhão e 600.000 a.C.. Apesar do crânio pequeno, possuía traços característicos dos hominídeos. Era bípede e postura mais ereta.

Homo HabilisO Homo Habilis e o Pithecanthropus Erectus

O homo habilis viveu há cerca de 2,5 milhões de anos e foi contemporâneo do australoptecus, mas com capacidade craniana ampliada. Esta incluiu carne em sua alimentação, o que provocou mudanças em sua arcada dentária.
Segue-se o terceiro tipo de hominídeo, o Pitecanthropus Erectus, que deve ter vivido entre 500.000 e 200.000 a.C.. O homo erectus, como hoje se denomina, possuía maxilares maciços e dentes grandes, cérebro maior que o tipo anterior e membros mais bem adaptados à postura ereta.
Alguns exemplos:
I - JAVANTROPO – (Homem de Java): 1,5 metros de altura e deve ter passado a maior parte da existência no chão.
II - SINANTROPO – (Homo Pekinenses): Descoberto na china. Junto do esqueleto havia grande quantidade de facas, raspadores e pontas, o que demonstra elevado estágio de desenvolvimento.
III - PALEANTROPO – (Homem de Heidelberg)

O Homo Neanderthalensis

Encontrado em Neanderthal, Alemanha. Houve descobertas semelhantes frança, Iugoslávia, Palestina e África do Sul. Deve ter existido entre 120.000 e 50.000 a.C.
Este hominídeo possuía capacidade craniana elevada e já vivia em cavernas e deixou inúmeros traços de sua existência.
O Cro-Magnon
Com o homem de Cro-Magnon atinge-se o Homo Sapiens. Chegamos a este estágio por volta de 40.000 a.C., possuía altura acentuada, membros retos e peito amplo, como também, a maior capacidade craniana encontrada até então, o que provou através da arte, da magia e da vida social.

Padrões Culturais da Pré-História

Podemos classificar os estágios culturais da humanidade em selvageria, barbárie e civilização.. A civilização seria posterior à escrita; as demais, características dos homens da pré-história.
Tal visão apresenta dois defeitos básicos, quais sejam:
I. pretende que a civilização em que vivemos seja o modelo, em função do qual se deva julgar todos os outros estágios da evolução;
II. pressupões que todos os povos da pré-história tivessem passado pelas mesmas etapas, o que Não corresponde aos documentos históricos encontrados.
Cada povo tem sua própria cultura e civilização, que devem ser compreendidas no seu momento histórico exato, do contrário, não estaríamos fazendo história, mas tentando demonstrar a superioridade da civilização ocidental.
O surgimento da agricultura se deu entre 8.000 e 5.000 a.C.(neolítico), quando o homem deixou sua vida nômade, sedentarizando-se às margens dos rios e lagos, cultivando trigo, cevada e aveia. Nesta época também domestica ovelhas e gado bovino, otimizando sua cadeia alimentar.. Aí também surgem os primeiros aglomerados urbanos, com finalidade principalmente defensiva. Nesta época também as viagens por terra e mar. Estamos falando da chamada comunidade primitiva, onde o solo pertencia a todos e a comunidade se baseava em laços de sangue, idioma e costumes.
A partir deste ponto, a evolução das comunidades processou-se em duas direções: no sentido da extensão da posse e da propriedade individual dos bens no sentido da transformação das antigas relações familiares.
Durante a idade dos metais (5.000 a 4.000 a.C.), o cobre passou a ser fundido pelo homem, seguindo-se o estanho, o que permitiu a obtenção do bronze, resultante da liga dos dois primeiros. Por volta de 3.000 a.C., produzia-se bronze no Egito e na Mesopotâmia, sendo esta técnica difundida para outros povos a partir daí.
A metalurgia do ferro é posterior e tem início por volta de 1.500 a.C., na Ásia Menor, tendo contribuído decisivamente para a supremacia dos povos que a dominavam e souberam aperfeiçoá-la.

A Origem do Homem Americano

Segundo alguns estudiosos, o continente americano começou a ser povoado há 30.000, 50.000 ou até 60.000 anos atrás. Dos povos mais antigos, os arqueólogos encontraram restos de carvão, objetos de pedra, desenhos e pinturas em cavernas e partes de esqueletos. Dos povos mais recentes encontramos grandes obras como: pirâmides, templos e cidades. Alguns, como os Astecas e os Mais, conheceram a escrita e deixaram documentos que continuam sendo estudados.
Hoje, os pesquisadores admitem que os primeiros habitantes americanos vieram da Ásia, devido à grande semelhança física entre índios e mongóis.
A teoria mais aceita é de que os primitivos vieram a pé, pelo estreito de Behring, na glaciação de 62.000 anos atrás. Outros afirmam que vieram pelas ilhas da Polinésia, em pequenos barcos, tendo desembarcado em diversos pontos e daí se espalhado.
Os vestígios mais antigos da presença do homem no continente foram encontrados em São Raimundo Nonato,PI, Brasil, com idade de 48.000 anos, permitindo a conclusão de que eram caçadores e usavam o fogo para cozinhar, atacar e defender-se dos inimigos, pelos utensílios encontrados

terça-feira, 3 de março de 2009

A classe trabalhadora não pode pagar, mais uma vez, o custo da crise que ela não causou

MANIFESTO DE SINDICALISTAS DE LIMEIRAENCONTRO ENTRE LIDERANÇAS SINDICAIS DE LIMEIRA PARA DISCUSSÃO SOBRE A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL, CONCLUI:
1. Considerando que a atual crise financeira não foi gerada pelos trabalhadores, mas sim pelos especuladores;
2. Considerando que no Brasil o empresariado em momentos de crises do próprio capitalismo, sempre usou das demissões e cortes de benefícios para manter seus lucros;
3. Considerando que a maioria das empresas nos últimos anos, teve lucros exorbitantes, outros segmentos da indústria continuam crescendo, mesmo com a atual crise financeira mundial e ainda assim, estão pressionando os governos para obterem facilidades e benefícios;
4. Considerando que muitas empresas estão demitindo, outras ameaçando demitir, mesmo com acordos de flexibilização, ainda aquelas que querem reduzir jornada com redução salarial ou até excluir benefícios, como assistência médica entre outros, criando na sociedade brasileira um verdadeiro clima de pânico, desconforto e insegurança, pois é ela que no final sempre arca com os custos de todas as crises geradas pelo capitalismo.
5. Considerando que, com argumentos de que a crise econômica atingiu seus negócios, empresários estão modificando horários de trabalho, com o claro propósito de “flexibilizar” a legislação trabalhista, fato que, se acontecer estará aumentando o abismo existente entre a maioria dos mais pobres e a minoria dos mais ricos deste país.
6. Considerando que, se alguma empresa, em face da crise econômica, se encontrar impossibilitada de cumprir com suas obrigações trabalhistas deve se submeter à justiça do trabalho e lá comprovar a sua situação;
7. Considerando que o salário do trabalhador brasileiro é um dos mais baixos do mundo, uma vez que, segundo o Dieese ( Departamento de Estatísticas e Estudos Socieconômicos) o salário mínimo para sobrevivência no Brasil, em janeiro/2009 seria de R$ 2.077,00.
8. Entendemos que demitir e flexibilizar direitos causará a redução do poder aquisitivo da classe trabalhadora e esta não é a solução para a crise, ao contrário, demissão e flexibilização só agravarão o problema, pois a economia ficará estancada. O caminho para enfrentarmos a crise passa pelo aquecimento do mercado interno, com a manutenção dos empregos e dos salários, assegurando-se assim, o poder de compra do trabalhador. Esta é a engrenagem que move a economia. Neste sentido, os dirigentes sindicais de Limeira que assinam o presente manifesto, posicionam-se contra as demissões, as reduções salariais, a flexibilização de qualquer direito trabalhista e outras atitudes patronais que visem reduzir conquistas dos trabalhadores, como justificativa de solução para a crise econômica global.


Para lutar contra a crise, propomos:
1. Resistir a qualquer tentativa de golpe que pretenda reduzir, excluir ou flexibilizar direitos trabalhistas, pois as empresas que receberam benefícios e facilidades do governo e obtiveram altos lucros nos últimos anos têm obrigação de manter os empregos e os salários de seus trabalhadores.
2. Redução da jornada sem redução de salário;
3. Estabilidade no emprego;
4. Utilização do dinheiro público para socorrer os trabalhadores e não banqueiros e especuladores;
5. Criação do Comitê Sindical Contra a Crise.Os/as sindicalistas de Limeira que assinam este manifesto, sempre estarão abertos às negociações, desde que o assunto em pauta não seja em detrimento da sobrevivência do trabalhador e da sua família que depende do seu salário.
A classe trabalhadora não pode pagar, mais uma vez, o custo da crise que ela não causou. SINDICATOS APEOESP Sindicato dos Trabalhadores Vestuários Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação Sindicato dos Trabalhadores Bancários Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares e Restaurantes Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos Sindicato dos Trabalhadores Químicos Sindicato dos Trabalhadores Vigilantes Sindicato dos Servidores Públicos Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano Sindicato dos Professores Sindicato das Domésticas