quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Aposte nas trepadeiras para manter a casa sempre florida

Todos gostam de flores. E uma das plantas que mais dá flor durante o ano todo é a trepadeira. Ela existe de todos os tipos e formas e, em sua grande maioria, tem floração intensa e vibrante. O problema é que as pessoas acabam comprando estas plantas, mas não conseguem o efeito desejado. Explico o porquê.


Uma das plantas que mais dá flor durante o ano todo é a trepadeira
Se sua intenção é cobrir muros ou paredes com o verde, o melhor recurso são as heras, que sobem nessas superfícies sem a ajuda do homem. Elas têm garras que se prendem às paredes e não soltam, a não ser que sejam retiradas. Estas, normalmente não dão flores e exigem muita manutenção.Uma das heras mais comuns é a unha de gato, que sobe rapidamente, cobrindo tudo sem deixar falhas. Mas exige muita manutenção (podas), pois não para de crescer e jamais perde as folhas. Há também a hera canadense, cujas folhas lembram as da parreira. Mas além de perder todas as folhas no inverno, ela sobe em muros de forma desordenada e não fecha tudo de uma vez.
As trepadeiras, estas sim desejadas por suas flores, não sobem em paredes, muros ou pérgulas sozinhas. Precisam da mão humana para ser amarradas. Sempre lembrando a necessidade de ter um suporte que as mantenha onde você deseja.

As trepadeiras precisam da ajuda do homem para escalar as paredes.
Veja abaixo algumas variedades de trepadeiras e um rápido perfil de cada.
Falaremos detalhadamente delas mais para frente.
- jasmim-estrela: branco e aromático.
- jasmim-dos-poetas: muito aromático, com flores brancas e intensas.
- congeia: dá flores rosas lindas, era a preferida de Burle Marx.
- tumbérgia: dá flores roxas e brancas; parece uma praga, pois sobe em tudo e mais um pouco.
- lágrima-de-Cristo: vermelha, intensa, linda e cheia.
- sete-léguas: de rápido crescimento, dá muitas flores rosa.
- madressilva: muito aromática e cheia.
- flor-de-cera: dá flores brancas e aromáticas, com folhas duras. Gosta da meia sombra.
- hipomeia - com pequenas, mas abundantes flores rosa e roxa.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A ESCOLA DOS COLONIZADORES

PERÍODO 1
A ESCOLA DOS COLONIZADORES
O COLÉGIO DOS JESUÍTAS
Antes de ser uma cidade, São Paulo foi uma escola. No atual Pátio do Colégio, junto à encosta do Tamanduateí, o Colégio dos Jesuítas foi o começo da nossa cidade. A colonização do território, naquela época, teve como ponta de lança uma escola.O processo de colonização tinha nas ordens religiosas, principalmente na Companhia de Jesus, um de seus principais instrumentos. Essa intenção de ocupação se tornava real, palpável e concreta a partir da construção de escolas. O edifício da escola materializava a nova doutrina difundida entre as crianças índias e os filhos dos colonizadores, e o papel de instrumento da colonização refletia-se no edifício. Os assentamentos de frente da ação colonizadora tinham, quase sempre, um colégio, uma escola, uma missão ou um seminário.
O Pátio do Colégio, na época Largo do Palácio, c. 1862Crédito: Militão Augusto de Azevedo
A reação dos índios à doutrina dos jesuítas não foi tranqüila. Ninguém passa a acreditar em um Deus de um dia para o outro. Houve resistência da cultura indígena, ao mesmo tempo que os bandeirantes paulistas, interessados em aprisionar os índios, entravam em conflito com os catequizadores. Os jesuítas foram expulsos; mais tarde voltaram e retomaram a catequese. O colégio, erguido em uma encosta, funcionava como uma fortificação: os jesuítas pensavam em se proteger tanto dos bandeirantes quanto dos próprios índios.
Pátio do Colégio. Crédito: Juca Martins
Sob a responsabilidade das ordens religiosas, as construções escolares, como o Colégio de São Paulo de Piratininga, começaram a configurar um padrão de escola religiosa, que abrigava a moradia dos religiosos, as salas de aula, a igreja e demais instalações. As construções tinham características de conventos e seminários. Hoje em dia, da antiga construção do Pátio do Colégio só resta um segmento de parede em taipa de pilão e as catacumbas sob a igreja.
Planta da cidade de São Paulo de 1841Crédito: Rufino Felizardo e Costa
Em 1653, os jesuítas conseguiram dominar os índios e começaram a impor sua doutrina novamente. Foi construído um anexo ao colégio, onde foram instalados paulatinamente os primeiros cursos de filosofia, teologia, artes, biblioteca e capela, ocupando uma área de mais de mil metros quadrados. Para essa construção foi utilizada a técnica da taipa de pilão, em que as paredes são feitas de barro comprimido em formas de madeira.Em 1745, houve outra ampliação, e em 1759 a ordem jesuíta foi expulsa por decreto do Marquês de Pombal, responsável pela Secretaria de Negócios Estrangeiros durante o reinado de d. José em Portugal. O governo apropriou-se dos bens da Companhia de Jesus, e o antigo casarão colonial foi completamente descaracterizado por profundas reformas. Entre 1765 e 1908, funcionou como Palácio dos Governadores. Nesse período, um desmoronamento resultou na perda do precioso patrimônio da igreja. Em 1932, o Palácio do Governo foi transferido e o velho colégio passou a abrigar a Secretaria da Educação, que lá permaneceu até 1953. O edifício assumia uma função mais próxima de sua vocação original. O ano de 1954 marca a retomada do projeto original. A Companhia de Jesus recebe de volta as instalações e dá-se início à reconstituição do conjunto, nos moldes da terceira construção, quando o prédio ainda era colégio e não edifício público, e permanecem, remanescentes, a cripta, parte de uma parede em taipa de pilão e o antigo torreão. Atualmente o conjunto abriga o Museu de Anchieta, com peças da ordem religiosa do período da colonização do Brasil. Escola, seminário, Palácio do Governo, Secretaria de Estado e museu. Por todas essas transformações passou o sítio onde se originou a cidade de São Paulo. É importante lembrar que a urbanização da nossa cidade teve na escola a referência para sua definição original. A história do Pátio do Colégio se confunde com a da cidade de São Paulo. A execução pioneira da construção original, suas reformas, sua destruição, a construção para abrigar outro uso, de novo a destruição e finalmente a construção de uma réplica (o que conhecemos hoje como o Pátio do Colégio é uma reconstituição quase caricata do edifício original) são etapas reveladoras de um processo pelo qual passou e passa a nossa cidade.
PERÍODO 2A REPÚBLICA
ESCOLA OU CATEDRAL?
Em 1894, cinco anos após a proclamação da República, a Escola Normal de São Paulo foi instalada em edifício especialmente construído para esse fim na Praça da República. A escola depois foi chamada de Escola Normal da Praça da República; em seguida, de Instituto de Educação Caetano de Campos; posteriormente, de EEPSG Caetano de Campos. Hoje funciona no local a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. A Escola Estadual Caetano de Campos nasceu em 1846, a partir das determinações do Ato Adicional de 12 de agosto de 1834, que conferia às províncias a atribuição de legislar sobre a instrução pública, inclusive criando estabelecimentos próprios para tal fim. Com essa responsabilidade, foram fundadas nas diversas províncias – Rio, Minas, Bahia e São Paulo – as primeiras Escolas Normais. Seu primeiro prédio foi junto à Catedral do Largo da Sé. Ao longo de sua história, a escola chegou a ser extinta duas vezes e mudou diversas outras de prédio; em 1875 instalou-se junto à Escola de Direito do Largo São Francisco, em um edifício que mais tarde sediaria a Câmara Municipal. Depois foi transferida para um sobrado na Rua do Carmo, para a Praça da República, para o antigo prédio do Colégio Porto Seguro, na Praça Roosevelt, e, finalmente, para a Rua Pires da Mota, no bairro da Aclimação, onde está até hoje.
A mudança para a Praça da República em 1894, bem como a sua saída em 1978, caracterizam momentos significativos no estudo da relação da escola com a cidade. A construção de um prédio escolar na Praça da República assumiu um significado especial nos rumos que a educação tomava no país e, em particular, na província de São Paulo, bem como afirmou o rumo de crescimento da cidade.
Escola Normal (com dois andares), c. 1895Crédito: Marc Ferrez
Era plano do Império construir uma catedral no chamado Largo Sete de Abril (atual Praça da República). Se desde a colônia a educação esteve sob responsabilidade da Igreja ou de instituições religiosas, a construção da Escola Normal em terreno do antigo Largo dos Curros (atual Praça da República) marcou a orientação laica dos valores da Primeira República. Foi o governador da província de São Paulo (Francisco Rangel Pestana) que em 1890 autorizou a transferência de 200 mil cruzeiros que seriam dedicados à construção da catedral para a construção da Escola Normal.
Escola Normal já com três andares, c. 1940Crédito: Hildegard Rosenthal
O prédio novo da Escola Normal tornou-se um símbolo da República e fixou-se como referência e pólo difusor de teorias científicas e pedagógicas. O conceito de Escola Modelo era aplicado à Escola Normal, tanto para os alunos de 11 a 14 anos como para as crianças menores, no jardim-de-infância que se situava nos fundos da edificação.
PERÍODO 3TEMPOS MODERNOSO PROGRAMA DE NECESSIDADES
Na década de 1930, São Paulo ultrapassou a marca de 1 milhão de habitantes. O número de vagas oferecidas pela rede pública de ensino era a pauta da sociedade. O mundo já passara por uma guerra, e no Brasil idéias modernizadoras se manifestavam organizadamente desde 1922. A partir de 1936 e 1937, já com métodos de ensino modernos, escolas que abrigariam novos ideais de educação começam a ser construídas. Uma grande reforma no sistema educacional brasileiro estava em curso. Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo foram responsáveis pela reforma do sistema educacional de diversos estados do Brasil, como Bahia, Ceará, Distrito Federal e São Paulo, implementando no país uma visão de educação moderna e democrática. Existiam questões a resolver – o número de vagas, por exemplo –, mas a atenção estava sobre o pensamento que definiria como deveria ser a escola voltada para uma nova educação. Em arquitetura isso se chama “programa”. O programa de uma edificação é o conjunto de necessidades que um projeto deve contemplar na construção e o roteiro de como isto deve estar disposto no novo prédio. O “programa” define o número de salas de aula, determina se a escola terá uma biblioteca ou não, se incluirá dentro do prédio um posto de saúde e, principalmente, estabelece como tudo deve estar disposto dentro da edificação. A disposição espacial de todos os itens de um programa configura a implementação de uma visão educacional. O momento era de implantação e construção de um sistema educacional moderno, e para tal seriam necessárias escolas modernas. Com essa preocupação foi assinado um convênio entre o Estado e a Prefeitura da capital. Perto de cem escolas foram criadas pelo Convênio Escolar, sob a coordenação dos arquitetos Hélio Duarte e uma equipe de arquitetos.
Perspectiva do Ginásio Maria Auxiliadora em Barretos. Arquitetos: Oswaldo Correa Gonçalves e Rubens Carneiro Vianna, 1953
A sociedade e a cidade estavam em um novo momento. A escola iniciava uma trajetória de democratização da educação, de extensão do direito à educação para além das elites, alcançando a classe média. Os diversos bairros da cidade, já estruturados, tinham demanda por escolas. O mundo moderno, as máquinas, a industrialização, as idéias que estavam pelo mundo achavam-se presentes também em São Paulo, “o maior centro industrial da América Latina”. É importante ressaltar que quem escreve o texto acima não é um arquiteto, e sim um educador, responsável pela elaboração e implantação de um novo sistema educacional no país. Se fizermos rápidos cálculos, poderemos perceber a influência dessa atitude em uma geração e entender a efervescência cultural do final da década de 1950 e início da de 60. Não se tratava de mais um estilo, e sim, de uma atitude diante da educação. Por trás dessa nova proposta educacional estava um projeto de país, uma busca da identidade nacional, característica do movimento moderno desde suas origens, em 1922.
Praça da Sé, tendo ao fundo a catedral em construção, c. 1940Crédito: Hildegard Rosenthal
O nascimento de uma Metrópole
A partir do final do século XIX as elites cafeeiras que chegavam à capital paulista promoveram uma reformulação profunda do espaço urbano, criando uma cidade moderna e repleta de fronteiras
por Mônica Raisa Schpun
ACERVO DA FUNDAÇÃO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA ENERGIA DE SÃO PAULO
Instalação dos trilhos para o bonde elétrico no cruzamento da rua Direita com a rua São Bento, em 1902
No final do século XIX as elites paulistas começaram a deixar suas fazendas no interior do estado para se instalar nas cidades. Enriquecidas pela exportação do café, escolheram especialmente a capital como destino, em um momento em que São Paulo vivia uma verdadeira explosão urbana. Esses novos moradores iniciaram uma remodelação do espaço, adaptando a cidade aos novos gostos e ao ideário dessas elites, detentoras do poder político estadual e nacional. Essa transformação gerou uma São Paulo que exibiu, na organização dos espaços e na forma de ocupação da cena urbana, toda a complexidade de um crescimento extremamente brusco e veloz, todos os conflitos sociais que a atravessam e toda a diversidade de sua população. A metrópole que surgiu dessa metamorfose passou a ser marcada por grandes contrastes, uma cidade de inúmeras fronteiras.A primeira delas foi a que opôs modernidade e tradição. A explosão paulistana veio acompanhada de uma imensa aspiração de modernidade por parte das elites, otimistas com o potencial de progresso da nova metrópole que nascia. Pretendendo apagar os traços que lembrassem o passado pacato e provinciano, os ritmos e as paisagens da antiga São Paulo, a nova lógica queria aproximar a cidade de metrópoles como Nova York, Chicago, Londres e Paris e torná-la o novo coração econômico do país. As demolições, as construções e as transformações foram efetivamente criando um novo cenário: prédios mais altos, trilhos de bondes seguindo a eletrificação, ruas mais largas, parques e praças em estilo art-nouveau, viadutos de metal e arquitetura eclética, composta de elementos neoclássicos, empregando novas técnicas e materiais de construção.O processo, contudo, é complexo. Ritmos e estruturas urbanas não se apagam num piscar de olhos. A velocidade do crescimento e a falta de planejamento geraram um descompasso visível entre a urbanização e as exigências criadas pela explosão demográfica: entre 1910 e 1920, a população paulistana aumentou 65%, ao passo que, num intervalo de tempo próximo, de 1908 a 1922, o número de passageiros dos bondes da Light cresceu 450%. Duas São Paulo conviviam lado a lado, reforçando com isso os contrastes. Cada carroça ou animal de carga que atravessava o centro, atrapalhava o fluxo já comprometido pela existência de ruas estreitas e tortuosas. Sublinhava, por oposição, a presença de automóveis e bondes elétricos. Ao mesmo tempo, cada novo arranha-céu deixava ainda mais baixas as construções antigas que o rodeavam, esmagadas pelo peso de sua sombra. A sede de verticalidade não se justificava pela falta de espaço, mas por um desejo de modernização que queria dar a São Paulo uma imagem de metrópole.
© GUILHERME GAENSLY
O viaduto do Chá em 1900, passando sobre o vale do Anhangabaú: a moderna estrutura de ferro contrasta com as casas antigas
As torres eram os ícones por excelência da nova cidade. Torres de fábricas, torres de arranha-céus. Elas conviviam, no entanto, com as torres das velhas igrejas coloniais, parâmetros urbanos ainda válidos para a localização e os deslocamentos dos cidadãos. Com suas festas, marcos do calendário anual, estas sinalizavam itinerários urbanos privilegiados, tradicionalmente percorridos pelas procissões.A segunda fronteira que salta aos olhos é a social. Os lugares onde vivem e circulam as elites são testemunhas de seu sucesso econômico, tão grande quanto recente. O grupo construiu, para si mesmo, e a seus olhos, uma cidade verdadeiramente moderna, provendo o espaço paulistano de todos os equipamentos, inclusive de lazer, que permitissem a seus membros se reconhecerem como grupo dominante e se orgulharem de sua obra. Assim, o processo de transformações do espaço urbano combinou o crescimento caótico com uma política paralela que organizou, para as elites, uma cidade dentro da cidade, circuitos exclusivos e diferenciados.Reforma do centroO núcleo urbano original, transformado em centro, foi totalmente refeito. Suas praças e jardins públicos começaram a ser reorganizados a partir da década de 1880. Entre os anos de 1900 e 1910 inúmeras obras transformaram completamente a paisagem urbana. A reformulação foi fruto, antes de mais nada, dos projetos do prefeito Antônio Prado, realizados durante seus quatro mandatos consecutivos (1899-1910), e, em seguida, do plano Bouvard de reestruturação do centro. Novas ruas e praças foram abertas e alguns eixos principais, alargados. Criou-se o parque do Anhangabaú e reformam-se os jardins da praça da República. A praça da Sé foi ampliada e teve início a construção da nova catedral, em 1913. A região adquiriu então ares fortemente europeus, com seus passeios sofisticados, gramados bem cortados e o estilo arquitetônico de certos edifícios, como o Teatro Municipal (1911), inspirado na Ópera de Paris.
ARQUIVO DO JORNAL O ESTADO DE S. PAULO
Obras de urbanização da companhia City no bairro do Pacaembu em 1926. Ao fundo, o bairro de Higienópolis. Com a chegada das massas ao centro, as elites migraram para os bairros adjacentes
O centro concentrou, nos novos e ecléticos palacetes, o mercado financeiro, o comércio sofisticado e os espaços de lazer destinados às famílias ricas e aos homens de negócios. O chamado Triângulo, delimitado pelas ruas Direita, São Bento e 15 de Novembro, aliou-se às demais áreas refeitas, para compor o circuito voltado às elites. Dali foram afastados todos aqueles que não podiam enfrentar uma inflação imobiliária exorbitante: entre 1916 e 1936, o preço do metro quadrado aumentou 450% na parte mais valorizada do centro e 364% nos outros setores centrais, menos procurados.Também fez parte do processo de urbanização uma separação cada vez mais nítida entre zonas comerciais e zonas residenciais. O centro tornou-se caro demais e dominado pelas atividades comerciais e financeiras. As zonas residenciais também foram delimitadas. Os casarões das elites se instalaram nas regiões altas e mais sofisticadas, como os Campos Elísios, Higienópolis e, em seguida, o espigão da avenida Paulista, aberta em 1891. Por outro lado, as habitações populares, deslocadas do centro pela especulação imobiliária, concentraram-se nas zonas baixas, próximas aos rios, onde os efeitos das cheias faziam-se freqüentemente sentir.O lazer também foi segregado, com fronteiras bem delimitadas. Do lado das elites, os clubes exerceram um papelchave: eram espaços privados que garantiam sociabilidade exclusiva. Alguns se destacavam por sua sofisticação, como o Jockey Club de São Paulo (1876), o Club Athlético Paulistano (1900), o Automóvel Clube (1908), a Hípica Paulista (1911) e o Harmonia (1930).
ACERVO DA FUNDAÇÃO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA ENERGIA DE SÃO PAULO - FPHESP
Avenida Paulista no início do século XX: as chácaras convivem lado a lado com as novas mansões
Os espaços públicos que acolheram as práticas de lazer trouxeram a marca dessa fronteira social. O exemplo do carnaval é eloqüente. No início do século XX, o carnaval de rua pertencia às elites. As famílias desfilavam, ricamente fantasiadas, em carros que compunham o tradicional corso da avenida Paulista. A festa favorecia os encontros amorosos, os flertes e às vezes a formação de futuros casais. Segundo a mesma lógica, essas famílias não pensariam em participar dos desfiles carnavalescos do Brás, freqüentados por italianos e espanhóis.O povo na ruaNo final dos anos 20, alguns nostálgicos lamentam, em inúmeros registros jornalísticos, “o fim da festa carnavalesca”. Trata-se, na verdade, do momento em que as elites deixam as ruas durante o carnaval. A ascensão social de algumas categorias de imigrantes e a emergência das camadas médias foram acompanhadas pelo processo de difusão do automóvel. Algumas famílias de classe média já tinham acesso, por exemplo, ao aluguel de um carro para desfilar no corso, que tornou-se menos reservado às elites. A festa viveu uma inversão. É assim que, desde o final dos anos 20, as ruas começaram a ser ocupadas pelas camadas populares durante o carnaval, e as elites transformaram-se, progressivamente, em espectadoras da festa.Se, ao instalar-se na cidade, na virada do século, este grupo dominante tinha procurado reestruturar os espaços públicos para ocupar os pontos privilegiados da cidade, os anos 20 traziam indícios de um movimento inverso. Com o crescimento acelerado da população e o surgimento do fenômeno inédito da multidão urbana, aos olhos dessa elite as distâncias sociais não podiam mais evitar de forma suficientemente eficaz a proximidade física nos espaços públicos. O grupo começou, então, a deixar a rua e a praça pública em benefício de locais privados e reservados. O carnaval de rua popularizou-se, enquanto os bailes à fantasia, em clubes ou salões privados, além de proporcionarem às elites as ocasiões de festa por elas tão apreciadas, afirmaram-se por sua sofisticação e pela garantia de que todos os participantes pertenciam à mesma classe social.
ARQUIVO DO JORNAL O ESTADO DE S. PAULO
Mulheres passeiam na esquina da rua 15 de Novembro com a travessa do Comércio, 1906. A região, conhecida como Triângulo, era a mais sofisticada da cidade na época
A fronteira dos sexosPor fim, uma última fronteira distinguia as relações de homens e mulheres com o espaço da cidade. Na virada do século passado as mulheres das camadas dominantes eram as mais novas personagens a despontar na cena urbana. As mulheres pobres freqüentavam a cidade desde há muito tempo, mas o processo de urbanização veio acompanhado de uma série de regras que limitaram essa presença, empurrando vendedoras e trabalhadoras flutuantes para locais mais afastados e preservando as áreas centrais para as nobres. Enquanto isso, as mulheres das novas camadas médias pareciam circular mais livremente pela cidade que as ricas, extremamente vigiadas.Para as mulheres de “boa família”, os locais de sociabilidade feminina ainda eram raros, basicamente restritos à zona chique do Triângulo. Equipada com confeitarias, salões de chá e sorveterias, seu comércio sofisticado atraía a presença cada vez mais numerosa dessas novas clientes, que saíam para olhar vitrines e fazer compras.Num momento em que o corpo das mulheres de elite desfilava mais – ou ao menos preparava-se para isso –, sob o olhar dos homens, era necessário que elas investissem no seu andar, alvo de novas atenções e vigilâncias. Para isso surgiram as aulas de ginástica nos clubes freqüentados pelas elites, definindo verdadeiros cânones da feminilidade: se o tronco e os braços permaneciam finos e frágeis, as pernas e os quadris deveriam ser trabalhados.A entrada das mulheres da elite no espaço público da cidade foi marcada por uma série de rituais. Elas estavam cada vez mais nas ruas, mas deviam sempre andar acompanhadas e só poderiam ir a locais específicos em horários precisos. Essa ocupação da praça pública estava longe de corresponder à experiência masculina, marcada por maior intimidade, por um usufruto prazeroso do espaço urbano, aos quais vários memorialistas da São Paulo da época se referem. E esta última fronteira atravessava as classes sociais: definitivamente, as massas urbanas eram, na época, antes masculinas que mistas.
São Paulo de Piratininga: de pouso de tropas a metrópole. José Alfredo Vidigal Pontes. Terceiro Nome, 2004.São Paulo, 1860-1960: a paisagem humana. Fernando Portela. Terceiro Nome/Albatroz Editora e Produtora, 2004.As imagens que ilustram esse artigo foram retiradas dos livros acima.
Mônica Raisa Schpun É doutora em história pela Universidade Paris VII e leciona história da imigração na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. É autora de Beleza em jogo: cultura física e comportamento em São Paulo nos anos 20, Boitempo/Senac, 1999

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Freguesia de Santo Amaro e a Colônia Paulista: Núcleo Colonial Imperial

Freguesia de Santo Amaro e a Colônia Paulista: Núcleo Colonial Imperial

Um projeto do império português para povoar áreas desabitadas passou a ser prioridade, ligada ao desenvolvimento convidava-se outros países a apoiar a imigração para o Brasil, na tentativa de formar as bases para uma imigração organizada. Deste modo daria início à imigração alemã, movimento migratório ocorrido nos século dezenove para várias regiões do Brasil. Em 1828, por meio de uma portaria do ministro do Império José Feliciano Fernandes Pinheiro, visconde de São Leopoldo, originário de Santos, a Província de São Paulo recebia os primeiros colonos estrangeiros vindos da Alemanha para a Colônia de Santo Amaro. As causas deste processo podem ser encontradas nos freqüentes problemas sociais que ocorriam na Europa e a fartura de terras no Brasil.

A Freguesia de Santo Amaro já possuía uma economia de consumo local, e era formada por chácaras como de Francisco Antonio Chagas o Chico Doce, pai de Paulo Francisco Emílio de Sales, nome do grande poeta santamarense Paulo Eiró, do Fidelão, do Nardy e do pai do futuro barão de Tietê, José Manuel da Silva, primeiro e único barão do Tietê, que foi presidente interino da Província de São Paulo. Por ordem do Imperador D. Pedro I, o presidente da Província de São Paulo recebeu a incumbência por intermédio do decreto ministerial de 8 de novembro de 1827, de tomar todas as providências necessárias afim de poder abrigar um número considerável de colonos alemães, os quais chegariam, efetivamente, no ano seguinte à capital da Província. Tiveram que se adaptar na região numa característica tropical com os naturais que já possuíam desde tempos memoráveis aldeias indígenas e que ainda são denominações de referência local como as tribos Krukutu e a Tenonde Porá, localizadas na Estrada de Barragem e Morro da Saudade, incrustados como protetores de patrimônios ambientais da cidade, nos distritos de Parelheiros e Marsilac.

Os alemães chegaram a Santo Amaro por meio de embarcações. 149 famílias alemãs em direção ao Brasil, compreendendo 926 indivíduos, incluindo 72 não casados. Na Colônia de Santo Amaro, foram localizadas 336 pessoas. Na vila de Conceição de Itanhaém ficaram 39 pessoas, e 57 em Cubatão de Santos e algumas foram para outras regiões ou permaneceram na cidade e dedicaram-se a diversos trabalhos. Parte deles aceitou as propostas do Governo, acordados entre os dois países para acolhimento inicial antes do embarque na Alemanha, que eram as seguintes:

1) Cada família receberia uma doação de 150 morgen, medida de área tradicional alemã, onde um morgen era a área para trabalho de um homem em um dia. Um morgen correspondia a 400 braças quadradas, sendo uma braça quadrada correspondente a 4,84m2, logo um morgen seria equivalente a 1936 m2 medida antiga romana, a quantidade de terra que um homem podia arar em um dia com uma junta de bois atrelados ao arado.

Do exposto podemos definir que o acerto contratual entre os governos da Alemanha e Brasil à época, foi definido em 150 morgen, ou seja, 290.400 m2 o que representava 29 hectares de terra a cada qual disposto a vir arar terras virgens na região de Santo Amaro.

2) Cada pessoa adulta receberia ainda, durante um ano e meio, 160 réis diários em moeda e cada criança receberiam metade dessa quantia;

3) Bois, cavalos, ovelhas seriam fornecidos pelo Governo, devendo o valor desse gado, em moeda ou espécie, ser restituído dentro de quatro anos;

4) Os colonos que tivessem vindo por conta do Governo teriam isenção de impostos por oito anos e, os que tivessem pagado suas passagens, por dez anos;

5) Os colonos ficavam na obrigação de tomar armas, quando em caso de perigo fossem convocados pelo Governo;

6) Recrutamento obrigatório para as crianças;

7) O governo ficava obrigado ao pagamento dos honorários de médicos e padres, durante ano e meio. Outros colonos, geralmente os protestantes, não aceitaram essas condições e preferiram adquirir terras para cultivá-las logo que se apresentasse a oportunidade.

Havia uma sesmaria que anteriormente pertencera aos jesuítas, a algumas léguas de distância de Santo Amaro, perto da Aldeia de Itapecerica. Estes colonos não receberam subvenção nenhuma do Governo, além das terras, ficando entregues à própria sorte, o que os levou a um desenvolvimento vagaroso, mas seguro da Colônia. Decorridos alguns anos, os colonos já tinham adquirido certa independência e bem-estar, cultivavam suas terras e continuavam a trabalhar na sua produção agrícola. Esses alemães vendiam seus produtos na redondeza ou na Vila de Santo Amaro ou no mercado de São Paulo, construído na atual Avenida João Dias. Esta foi à tentativa de colonização mais barata que se fez, no decorrer dos tempos, em todo Brasil.

Foram inúmeras as dificuldades, desde o aprendizado do idioma português e dos hábitos da terra que escolheram para viver. Os mais velhos conservaram suas tradições e seus trajes tradicionais da terra distante. Não havia escolas para as crianças e a referência da própria língua foi se perdendo ao longo do tempo. Para os luteranos, típico do protestantismo que se seguiram na Alemanha do século dezesseis, as dificuldades eram ainda maiores; sem templos e pastores para celebração de sua religião, batizavam os filhos em igrejas católicas. Somente em 1.840, criou-se na Colônia o primeiro cemitério protestante e templo próprio.

Justiniano de Melo Franco, que falava alemão, foi nomeado diretor da colônia. Era formado em Medicina pela Universidade de Goettingen na Alemanha. Por Provisão Régia de 5 de novembro de 1821, foi nomeado físico-mor ou seja médico de São Paulo. Na capital paulista foi ainda diretor do Hospital Militar, inspetor geral da Vacinação e Comandante da Companhia de Cavalaria da Guarda Cívica, denominada "Sustentáculo da Independência Brasileira", criada por Dom Pedro I pelo decreto de 9 de setembro de 1822 logo após a proclamação da Independência. Ele representava os imigrantes, recebia suas queixas e sugestões, pagava-lhes os subsídios. Ficou também encarregado de escolher com o Governo um local para a instalação definitiva da Colônia de Santo Amaro.

Em 13 de dezembro de 1827, desembarcavam em Santos os primeiros imigrantes alemães. As localidades poderia ser em Juquiá, São Vicente, Itanhaém, Itapecerica, mas os alemães mostravam-se descontentes. Em 29 de junho de 1829, depois de acordos foram assentados no planalto de Santo Amaro, na então Província de São Paulo, os primeiros imigrantes alemães originários de Hundsrück, Estado da Renânia-Palatinado.

A opção imediata dos moradores era às atividades agrícolas, aumentando consideravelmente a produção de gêneros alimentícios para abastecer os centros urbanos. Em 1837, Santo Amaro era responsável pela produção de batatas no município de São Paulo, passando a ser considerado o "celeiro da capital", além de fornecer arroz, feijão, milho e mandioca entre outros gêneros alimentícios. Também comercializavam no mercado de São Paulo gado, aves, madeira e carvão.

Os alemães fundaram vilas como Cipó e Parelheiros, referência a parelhas de disputas entre cavaleiros alemães e caboclos brasileiros que já estavam nas proximidades, e que parece ter tido anteriormente o nome de Santa Cruz. Além disso, por ser localizada em matas naturais era de difícil acesso e por isso tiveram que abrir as primeiras estradas locais, como a antiga Estrada de Parelheiros. O economista Celso Furtado em seu livro "Formação Econômica do Brasil" cita que a causa dos problemas enfrentados nas colônias criadas pelo Governo Imperial era não terem um projeto de fundamentos econômicos, com subsídios parcos foram abandonadas e aos poucos foram perdendo seu caráter produtivo, evoluindo para simples economias de subsistência.

Mesmo assim, a região apresentou um espírito empreendedor, provendo-se de luz elétrica, além de abertura de outras estradas, como a idealizada por Henrique Schunck no início do século dezenove, localizado a sudeste da área, feita por José Reimberg, a Estrada do Periquito, em homenagem a seu apelido. Também outros em comum acordo de acesso foram abrindo picadas para o município de Embú-Guaçú, possibilitando a ocupação do vasto Sertão de Santo Amaro, termo usado à época para a localidade que tinha cursos d'água e proximidade com a imensa Mata Atlântica.

Alguns, devido ao conhecimento adquirido e trazido da Europa, sapateiros, ferreiros, e alguns que praticavam o ofício de cirurgião que na Europa era profissão considerada inferior, pois se praticavam amputações e era trabalho de grande esforço físico, bastando adquirir a "carta de cirurgião" para exercer a prática, eram estes os "médicos" de grande valia no local onde não havia médicos legais locais. Estes imigrantes precisavam se adaptar a um novo modelo de estrutura social diferente daquela exercida na terra natal, havendo um conflito de identidade deste deslocamento, com obrigações de cumprir as exigências constitucionais do Brasil independente havia criado sua Carta Magna em 1824.

Resultou assim uma característica impressionante de relações inter-raciais levando alguns alemães a se miscigenarem com caboclos locais espalhados pela região, processando a perda das características comuns, sendo até chamados caboclos louros, mas por outro lado, havia a compensação da criação de um novo modelo cultural adquirida por outras relações que não a original.

Reconhecimento e tributo nestes 180 anos da criação da Colônia Paulista aos Bauermann, Becker, Belz, Bohmer, Casper, Conrad, Christ, Emmel, Ficher, Foster, Gilcher, Glasser, Gottsfritz e outros tantos que tiveram grafias pertencentes anteriormente aos burgos alemães modificadas em alfândegas no Brasil, pois a unificação da Alemanha ainda não fora concretizada, e que se espalharam pelo interior paulista e fazem parte da bonita história da imigração alemã!

Parte deste texto foi pesquisada em obras dos professores Edmundo Zenha e Maria Helena Petrillo Berardi que estudaram em trabalhos acadêmicos a Colônia Alemã em Santo Amaro e compêndio de pesquisa do Instituto Martius-Staden sobre a colonização alemã em São Paulo, além de nomes registrados de navios aportados em Santos.

História da Região Parelheiros

História da Região Parelheiros

ÁREA e a HISTÓRIA

Situado no extremo sul do município o território de PARELHEIROS é estratégico para a vida da cidade de São Paulo. É Patrimônio Ambiental, no imediato e no futuro para o conjunto da metrópole paulista. São 360 Km 2 , representa 24% do território do município.
A rede hidrográfica alimenta as duas represas vitais que fornecem cerca de 30% da água da cidade .
É cortado por uma linha ferroviária de escoamento da produção agrícola ao porto de Santos e um ramal suburbano desativado que chega até Evangelista de Souza.
Ali, tombada pelo CONDEPHAAT (Res. SC 60 de 20.08.2003), está a notória Cratera Colônia, marco geológico produzido por meteorito faz milhões de anos, parte já ocupada por cerca de 40 mil pessoas, loteamentos irregulares, um Presídio Estadual e parte com área agrícola tradicional.
Em Parelheiros também estão duas aldeias indígenas de um subgrupo guarani com cerca de um mil habitantes. A região também recepcionou a primeira imigração alemã no Brasil no início dos anos mil e oitocentos.
POPULAÇÃO
Seguindo o atual processo de urbanização perversa, a região só não se transforma em “distrito dormitório” da metrópole devido a distância. A população crescendo de forma irregular, com baixa renda, aumenta de forma inadequada o déficit de serviços e infra-estrutura.
Em 1991 tinha 61.586 habitantes, atualmente passa a 111.240, em 2001 teve um crescimento de 86%, gerando desafio incremento de serviços, infra-estrutura e preservação do Patrimônio Ambiental herdado. O fluxo populacional poderá se incrementar ainda mais com a passagem do RODOANEL SUL . Por esta razão está colocada a necessidade de congelamento da ocupação e estabelecimento de um “cinturão verde” nas áreas de conurbação.
AMBIENTAL
Atualmente tem elevado índice pluviométrico e a mais baixa temperatura no inverno. A totalidade do território esta inserida em uma Macrozona de Proteção Ambiental (fontes e Mananciais) de:
1)Uso sustentável (áreas de uso predominantemente rural sob proteção especial);
2 ) Conservação e Recuperação (áreas urbanizadas existentes no território); e
3 ) Proteção integral (Parque Estadual da Serra do Mar).

É, portanto, a área mais preservada do município com remanescente de Mata Atlântica (62.4%), reflorestamento de cerca de 4% (pinos, eucalipto).
Inclui parte da Bacia Hidrográfica das represas Guarapiranga e Billings .A ocupação desordenada e precária do território põe em risco a quantidade e qualidade desta água.
Inclui na região a Área de Proteção Ambiental Capivari Monos com 25.000 há, (Leis, 13.136/9.06.2001 e Lei 13.706/6.01.2004 estabelecendo um Zoneamento Geoambiental), tem ainda parte do Parque Estadual da Serra do Mar. O Plano Diretor Estratégico de 2003 estabelece também a criação de 7 parques lineares.
ASPECTOS POLÍTICO ADMINISTRATIVO
A Subprefeitura, instalada em 2003, tem dois distritos, Parelheiros e Marsilac, estando ainda em fase de consolidação com carência de recursos materiais e humanos, representando desde então em uma efetiva presença do Estado na região sul do município.
OBJETIVOS ORIENTADORES DE SUSTENTÁBILIDFADE DA GESTÃOÁREA e a HISTÓRIA
1. Valorizar, Preservar e Recuperar o patrimônio ambiental para produzir água e ar de qualidade para a metrópole e uso adequados da população local.
2. Inclusão social na perspectiva da sustentabilidade em base a trabalho e renda que fortaleça a coesão social no territorial com estabilidade (economia social e solidária com cooperativismo), em base a vocação e potencialidade do patrimônio local.
3. Promover a participação intersetorial constituir e construir uma identidade local em uma visão prepositiva de uso do patrimônio ambiental de forma sustentável e ao serviço do bem comum.
4. Garantir que ações do governo local sejam universalizadas e democraticamente acompanhadas de forma transparente pela população organizada, desenvolvendo um sentido de pertença.
5. Gestão pública com políticas de satisfação das demandas com desenvolvimento local equilibrado sintonizando a Preservação e Proteção dos Mananciais como patrimônio coletivo local.AS AÇÕES DO GOVERNO LOCAL PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS
1. Promover o turismo sustentável e adequado.
2. Desenvolvimento de uma economia rural adequada.
3. Saneamento sustentável.
4. Inclusão social da população local através de trabalho e renda.
5. Gestão pública participativa e de reciprocidade compartilhada.
PONTOS FRACOS E FORTES PARA O DESENVOLVIMENTO PONTOS FRACOS
1. ÌDH baixo sintonizado ao estilo de ocupação do território, baixo valor imobiliário.
2. Refugiados da “ da exclusão social da metrópole ”: oito de cada 10 são imigrantes.
3. Loteamentos irregulares com invasões de áreas públicas e privadas.
4. 56 favelas.
5. Falta de clareza da propriedade fundiária dificulta cobrar responsabilidade.
6. Desajuste entre: crescimento populacional e crescimento dos serviços.
7. Frágil coesão social: “ capital social” ou “ fator comunidade”.
8. Desafio: inclusão social com congelamento da ocupação predatória.
9. Deficiências em equipamentos: bancos, Correio, serviços.
10. Áreas de conurbação com Embu-Guaçu e Capela do Socorro.

PONTOS FORTES
• Patrimônio ambiental com potencial destino ao turismo, lazer e recreação.
• Produção de água para a região metropolitana.
• Reserva de mata atlântica com potencial de “crédito de carbono” e produção florestal.
• Potencial de exploração do das atuais matas exóticas de pinos e eucalipto.
• Maior área agrícola do município com potencial produtivo.
• Potenciar o desenvolvimento do conceito de “ equipamentos verdes de serviço ” como especificidade da região para gerar trabalho e renda: Clubes, Condomínios de alto padrão, áreas de lazer e recreação , áreas de eventos e equipamentos de turismo receptivo, educacional e cultural .
• Exploração do ECOTURiSMO; cultural, educacional; acampamentos, esportes radicais, raffing, etc.
LINHAS DE SUPORTE PARA CONSOLIDAÇÃO
• Consolidar a Subprefeitura como instrumento público de promoção e funcionamento republicano, estimular a intersetorialidade Municipal e Estadual.
• Promoção da recuperação da identidade regionais através da festa 178 anos e Juninas.
• Promover recuperação de valores históricos no intercâmbio Alemanha-Parelheiros.
• Promoção da organização da sociedade civil : Empresários, do Comercio, Turismo, Associações e Times de Futebol.
• Valorizar e relançar a “ Casa da Agricultura Ecológica ” com uma perspectiva de política agrícola regional.
• PORTAL DAS ÁGUAS, lançamento da pedra fundamental e construção para identidade.
• Centro de Cidadania da Mulher (mulheres).
• Promoção do Setor Social da Economia (cooperativas, coleta seletiva).
• Valorização e sintonia com diretrizes do Plano Diretor Estratégico.
• Sistema de Conserveiros Rurais em parceria com entidades locais ou comunidade reunida por vias.
• Conselho de Fronteira com Embu-Guaçu.
• Pactos locais de responsabilidade recíproca: ruas, planejamento de bairros buscando a interlocução responsável para o PLANO DE BAIRRO.

APA CAPIVARI-MONOS

Link: http://www.apacapivari.cnpm.embrapa.br
A Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos , criada pela Lei nº 13.136, de 9 de junho de 2001, e regulamentada pela Lei nº 13,706, de 6 de janeiro de 2004, que estabelece o Zoneamento Geoambiental da APA, enquadra-se na Macroárea de Uso Sustentável que executa o Parque Estadual da Serra do Mar, Unidade de Conservação de Proteção Integral enquadrada na Zona Especial de Preservação – ZEP, as áreas indígenas Krukutu e Morro da Saudade. Com área de 251 Km2, sendo 20% no distrito de Parelheiros e 80% no distrito de Marsilac. Gerenciada pelo Conselho Gestor paritário. Presidida por um funcionário da SVMA.O Conselho tem uma secretária executiva a cargo da Subprefeitura de Parelheiros, a qual cabe organizar, assessorar, secretariar e operacionalizar o funcionamento do Conselho.Os representantes do Conselho foram eleitos (sociedade civil) e designados (poder público), tendo sido empossados em 18 de maio de 2005.A APA tem por objetivo promover o desenvolvimento sustentável da região, conciliando proteção dos recursos hídricos e dos remanescentes florestais com geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população. Nela vivem cerca de 70.000 habitantes, com alta exclusão social.
PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E ORIENTADORES DE UMA GESTÃO SUSTENTÁVEL
1- Valorizar, Preservar e Recuperar o patrimônio ambiental para produzir água e ar de qualidade para a metrópole e uso adequados da população local.
2- Inclusão social na perspectiva da sustentabilidade em base a trabalho e renda que fortaleça a coesão social no território com estabilidade (economia social e solidária com cooperativismo), em base a vocação e potencialidade do patrimônio local.
3- Promover a participação intersetorial constituir e construir uma identidade local em uma visão propositiva de uso do patrimônio ambiental de forma sustentável e ao serviço do bem comum.
4- Garantir que ações do governo local sejam universalizadas e democraticamente acompanhadas de forma transparente pela população organizada, desenvolvendo um sentido de pertença.
5- Uma gestão pública com políticas de satisfação das demandas orientadas ao desenvolvimento local equilibrado sintonizando a Preservação e Proteção dos Mananciais como um patrimônio coletivo local.
AS AÇÕES DO GOVERNO LOCAL PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS
1-Promover o turismo sustentável e adequado.
2-Desenvolvimento de uma economia rural adequada.
3-Saneamento sustentável.
4-Inclusão social da população local através de trabalho e renda.
5-Gestão pública participativa e de reciprocidade compartilhada.

PRAÇA DO TRABALHADOR
Praça do Trabalhador é o principal ponto de entrada da Subprefeitura de Parelheiros a partir do centro da cidade. Faz limite com a Subprefeitura da Capela do Socorro.O Subprefeito, planeja implantar no local um portal de entrada simbolizando a Usina de Águas da Cidade de São Paulo, pois a região de Parelheiros é que mais contribui para a manutenção dos reservatórios Billings e Guarapiranga, pela sua vasta área coberta por vegetação de Mata Atlântica e áreas agrícolas.A Subprefeitura de Parelheiros compreende 24% do território da capital, totalizando 360 km 2 , e adquiriu autonomia política em 2002, quando foi desmembrada da administração da capela do Socorro.Sua população em 2000, segundo o Censo do IBGE, era de 111.000 habitantes. Estima-se que atualmente esteja próximo dos 200.000.

COLONIZAÇÃO Japonesa em Parelheiros. (AGRICULTURA)

Em meados do século XX, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, diversos japoneses desembarcaram no Porto de Santos. Grande parte deles ficaram no chamado Cinturão Verde Metropolitano de São Paulo, área que circunda a Metrópole Paulistana, abrangendo diversos municípios da região metropolitana de São Paulo, inclusive a própria capital, que tem como foco de povoação nipônica as Zonas Sul e Leste. Na Zona Sul de São Paulo, eles fixaram residência nos Distritos de Marsilac, Parelheiros, Grajaú e Jardim Ângela, onde na época da imigração, predominavam o Uso Rural do Território.Assim, os bairros de Jaceguava e Casa Grande – que fazem parte da Subprefeitura de Parelheiros – foram sendo ocupados por famílias japonesas, onde estas se dedicavam ao trabalho agrícola, destacando-se no setor de hortifrutigranjeiros, tornando-se importantes fornecedores deste gênero ao abastecimento da metrópole.Solo Sagrado da Igreja Messiânica. Os primeiros estudos sobre a concepção física do Solo Sagrado de Guarapiranga iniciaram-se em 1986 com reuniões semanais de um grupo de engenheiros e arquitetos voluntários. O grupo fazia estudos de anteprojetos e da filosofia de Mokiti Okada em busca de ampla visão dos conceitos de harmonia entre a beleza criada peloser humano e o elemento Natureza.À participação dos técnicos, somou-se a dedicação voluntária de mais de 73.000 messiânicos de todo o Brasil e do exterior, seja pelo trabalho braçal ou pelas contribuições em dinheiro, para esse que é um dos maiores jardins particulares da América Latina. As primeiras sondagens do terreno feitas em março de 1989 já davam o sinal verde para o início da construção, mas os diversos contratos dos sistemas hidráulico, elétrico, de sonorização etc. tiveram de ser efeitos com a mudança do projeto inicial. Enfim, em maio de 1991, as obras tiveram seu início e foram concluídas em outubro de 1995, tudo concretizado pelo amor, união e a dedicação de toda a comunidade messiânica.Loteamentos IrregularesEm busca de alojamento barato, uma população bastante numerosa escolheu os mananciais de Santo Amaro para residir. A possibilidade de encontrar aluguéis mais baixos ou até casa própria, com algum sacrifício, surgiam os numerosos loteamentos, muitos deles irregulares, devido à publicação da lei estadual de Proteção aos Mananciais em 1976.A inexistência de grandes espaços em áreas urbanas acabou por tomar os terrenos dos caipiras santamarenses, de solo esgotado por roças rudimentares. Lotear suas propriedades foi a saída vista pelos proprietários de terra, pois o aumento de impostos territoriais veio encarecer as grandes propriedades. A solução foi dividir as chácaras e sítios em loteamentos, dando lugar ao aparecimento de “vilas”, “jardins”, “parques”, etc, deixando que os interesses da especulação imobiliária determinassem a localização de moradia da população trabalhadora, acentuando-se, no delineamento do traçado urbano, o desordenamento no uso do solo. Colocando o poder público a serviço dos especuladores imobiliários, pois após a criação dos loteamentos, regulares ou não, o Estado se via obrigado a prover o bairro de infra-estrutura básica urbana, prevista em constituição: água, luz e transporte.

PARELHEIROS

Na região de Parelheiros, já havia alguns caboclos antes da vinda dos alemães (1829). O lugar recebeu este nome devido às diversas corridas de cavalos (parelhas) entre germânicos e brasílicos. Antes era conhecido como Santa Cruz, porque existia uma Cruz no local, colocada por um devoto chamado Amaro de Pontes.Parelheiros se destaca em relação à Colônia Paulista pelo fato de haver uma estrada aberta no século XIX, por iniciativa de Henrique Schunck (alemão), pai do fundador de Cipó (hoje distrito de Embu-Guaçu). A estrada de Parelheiros, atual Avenida Sadamu Inoue, ligava as vilas de Embu-Guaçu e São José, de onde se podia partir para Rio Bonito e Santo Amaro, evitando, assim, a passagem pela Colônia, onde havia a mais antiga estrada da Conceição.

CRATERA DE COLÔNIA

Estima-se que a Cratera tenha sido formada devido ao choque de um meteorito (corpo celeste), há cerca de 30 milhões de anos, resultando numa depressão circular de aproximadamente 3,6 Km de diâmetro.No Brasil existem apenas cinco destas estruturas, e cerca de 70 no mundo todo. Porém, a Cratera de Colônia é a mais próxima de um ambiente urbano (está a 30 Km do Centro da Cidade). Por isso, é um patrimônio natural tombado pelo CONDEPHAAT.Em seu interior há uma coluna de sedimentos de 400 metros de profundidade que através de estudos de datação é possível identificar alguns fatores paleoclimáticos, biogeográficos e até arqueológicos da história natural e de ocupação, tanto do antigo sertão santamarense como do próprio planalto paulista.Em 1989, iniciou a ocupação do Condomínio Vargem Grande, um enorme bairro irregular que se formou nos limites da cratera. Atualmente este condomínio abriga cerca de 40.000 pessoas.Evangelista de SouzaAntiga estação da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), construída pelos barões do café paulista de 1919 a 1938 para competir com a ferrovia”inglesa” no transporte de café do interior do Estado para o porto de Santos.Enquanto a “inglesa” , como era chamada à época, administrada pela companhia São Paulo Railway, utilizava um complexo sistema de trilhos, engrenagens e correntes para ligar o Planalto Paulista ao litoral, descendo a serra abruptamente via Paranapiacaba, a Sorocabana.Projetava-se na paisagem da escarpa da Serra do Mar com uma sensível inclinação de 6º, partindo da região de Evangelista de Souza até a cidade de São Vicente. No entanto, para isto, foi necessária a construção de 27 túneis na serra, além de diversas pontes e cortes / aterros.A vantagem da Sorocabana sobre a “inglesa” se deu principalmente devido ao fato de permitir uma maior velocidade de descida, além da possibilidade de transportar cargas mais pesadas, que aumentariam os lucros dos barões do café. No entanto, ao final da construção da estrada, o café já não era mais o maior produto de exportação brasileiro.A partir da década de 1960, com a construção do ramal Jurubatuba, Evangelista de Souza passou a contectar-se diretamente a Osasco, fortalecendo o complexo que se instalava em Santo Amaro ao redor do canal do Rio Pinheiros.Até meados da década de 1990 era possível viajar pela Serra do Mar via Evangelista em trens de passageiro que partiam da Barra Funda e Embu-Guaçu, alguns até turísticos, com vagão restaurante e poltronas reclináveis. Atualmente passam por Evangelista grande parte da produção de soja brasileira, do Centro-Oeste ao porto de Santos.Existe na prefeitura uma proposta de implantação de um pólo turístico no local, com a reativação de trens de passeio.Represa Guarapiranga. Construída entre 1906 e 1912 pela empresa canadense The São Paulo Trainway, Light and Power Company Limited, mais conhecida com “Light” pelos paulistanos, a Represa Guarapiranga tinha como primeira função regular a vazão do Rio Pinheiros para a geração de energia do Rio Tietê da Usina Hidrelétrica Edgar de Souza em Santana de Parnaíba, que fornecia eletricidade para a capital.Nesta época Santo Amaro ainda era um município independente, predominantemente rural, tradicionalmente caipira, berço de diversos bandeirantes como Fernão Dias Paes Leme (o caçador de esmeraldas) e Borba Gato, seu genro, que no século XVII administrou a cidade de Mariana nas Minas Gerais.Apesar de sua função principal – regulagem de vazão – o reservatório do Rio Guarapiranga passou a ser utilizado como área de lazer pelos paulistanos, que construíram diversos clubes (regatas, golfe, campo, etc), chácaras de recreio, praias, chegando a receber o título de primeiro passeio do paulistano do início do século XX.Na década de 1920, um conhecido aviador italiano, o comandante De Pennedo, realiza um pouso histórico com seu hidroavião nas águas da represa. Ele havia atravessado todo o Atlântico, a partir de Gênova, com destino a São Paulo.Com a construção da Represa Billings em 1926, a Guarapiranga passa a servir como fonte de abastecimento para diversas cidades do entorno.Em 1935, Santo Amaro é anexado à capital, sob muitos protestos dos Santamarenses que não aceitavam uma cidade em pleno progresso, como vinha passando, ser anexada. Porém, este era um plano estratégico do Estado, pois em Santo Amaro estavam os principais reservatórios da região que se tornaria a maior do Hemisfério Sul.

PARELHEIROS EM NÚMEROS

População Total: 111.240Área ( em Km2 ): 360
SAÚDE
Hospitais: 0
Unidades Básicas de Saúde: 6
Taxa de Mortalidade Infantil: 19,75 (menores de um ano por mil nascidos vivos)
EDUCAÇÃO
Escolas de Ensino Infantil: 4
Escolas de Ensino Fundamental: 5
Creches: 12
CEU: 1
SEGURANÇA
Distrito policial: 4
CULTURA e LAZER
Clubes da Cidade: 0
Clubes Desportivos Municipais: o
Biblioteca: 0
Teatro: 0
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Favelas: 55
População Favelada: 20.000
Chefes de família sem rendimentos: 30%
Chefes de família com renda de até 5 salários mínimos: 30%
Agências dos Correios: 0
TRANSPORTES
Terminais Municipais de Ônibus: 2
Corredores de Ônibus: 0
Estação de Metrô: 0
RELIGIÃO
Seminários: 2
Casa de Retiro Espiritual: 2
Paróquias: 8
Comunidades: 21
Congregações Religiosas: 2

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010