terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Textos para receber os alunos do Cieja

Adoramos os revolucionários e suas armas. É um barato, total. A História é dinâmica devido ao inconformismo e as formas de produção e as necessidades humanas. O papo é longo e a crítica imensa. Não iremos discutir o capitalismo e as suas mazelas. Nos interessa seus contestadores e visionários. Vejamos.
Durante um longo período o poeta das cores Jair Guilherme Filho me confidenciou acerca de um movimento literário gerado na periferia denominado de Cooperifa, Cooperativa de Artistas da Periferia, Bar do Zé do Batidão, Piraporinha, Zona Sul, capital, São Paulo. Para que ninguém diga que não faltou referências: Terceiro Mundo, Hemisfério Sul, Beirada da quebrada, Quebrada do Mundareu. É isto. É nóis na deligência.
É tudo surpreendente, sobretudo devido ao fato da poesia ser o motivo de reunir pessoas. Nossa Senhora da Literatura, rogai por nós. O Zé do Batidão, em todas as 4ªs feiras, após as 21h, vira a Academia Periférica das Letras. Várias cadeiras são ocupadas por pessoas do povo que tornaram-se os verdadeiros literatos com a cara do Brasil. ' Povo lindo. Povo inteligente', grita a galera dando início aos trabalhos de apreciação da palavra. Do caralho. Lindo e envolvente.
Um dos poetas é Sérgio Vaz. Além do cara ser de uma fineza cidadã maravilha, o cara é palestrino, palmeirense, verde e branco e o escambau. Firmeza.
É tudo lindo. Poetas e professores, sigam a seta e visitem a Cooperifa.
Abaixo um poema do Vaz, que é Sérgio. Vale a pena buscar mais informações na net acerca do Sérgio e da Cooperifa.
Bye, guerreiros.

Receita para um novo dia -
Sérgio Vaz
(do livro Colecionador de pedras)

Pegue um litro de otimismo,
Duas lágrimas
–de preferência
Escorridas no passado.
Duas colheres de muita luta
E sonhos à vontade.
Duzentos gramas de presente
E meio quilo de futuro.
Pegue a solidão, descasque-a toda
E jogue fora a semente.
Coloque tudo dentro do peito
E acenda no fogo brando das manhãs de sol.
Mexa com muito entusiasmo.
Ao ferver, não esqueça de colocar
Uma dose de esperança
E várias gotas de liberdades.
Sorrisos largos e abraços apertados,
Para dar um gosto especial.
Quando pronto,
assim que os olhos começarem a brilhar,
Sirva-o de braços abertos.

Paciência
Lenine
Composição: Lenine e Dudu Falcão
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão raraTão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára!...
A vida é tão rara!...

Um comentário:

katia disse...

receita maravilhosa a do sérgio,
vou fazer e depois mandar um pedaço pra vc.
saudações alvi verdes rsrs
abraços

precisamos marcar um dia pra que eu conheça o bar literário,no cafundó da alma dos poetas.